Professora do 5º ano é demitida por leitura de livro LGBT, após reação dos pais

Katherine Rinderle leu o livro “My Shadow is Purple”, sobre identidade de gênero, para seus alunos de uma escola elementar na Geórgia.

fonte: Guiame, com informações da NBC News

Atualizado: Terça-feira, 22 Agosto de 2023 as 12:39

Professora da Geórgia demitida por ler livro sobre identidade de gênero. (Captura de tela/YouTube/NBC News)
Professora da Geórgia demitida por ler livro sobre identidade de gênero. (Captura de tela/YouTube/NBC News)

Uma professora do quinto ano foi demitida após leitura de um livro ilustrado abordando a questão de identidade de gênero em uma escola da Geórgia, informou a NBC News.

A decisão da dispensa foi mantida pelo conselho escolar, em meio a discussões nos EUA sobre o conteúdo a que as crianças estão sendo expostas em sala de aula.

Professora há 10 anos, Katherine Rinderle leu o livro “My Shadow is Purple” (Minha sombra é roxa, em tradução livre) para seus alunos da Due West Elementary School, em março, gerando reclamações dos pais.

O livro usa cores para representar o conceito de identidade de gênero, já que a sombra do personagem principal é roxa, mas para outros, sua sombra é azul ou rosa.

Segundo a NBC News, o Conselho Escolar do Condado de Cobb votou 4-3 para demitir Rinderle. A votação do conselho anulou a recomendação de três educadores aposentados que concluíram, após uma audiência de dois dias, que a professora violou as políticas do distrito, mas não deveria ser demitida.

‘Aulas devem ser focadas no ensino’

Ao The Christian Post, um porta-voz disse que o distrito está "satisfeito por esta questão difícil ter sido concluída".

"[Nós] levamos muito a sério manter nossas salas de aula focadas no ensino, aprendizado e oportunidades de sucesso para os alunos", afirmou o porta-voz. "A decisão do Conselho reflete essa missão."

Sherry Culver, advogada do distrito escolar, disse que era inapropriado para Rinderle discutir o conceito de identidade de gênero com seus alunos.

"O Cobb County School District leva muito a sério o fato de a sala de aula ser um lugar neutro para os alunos aprenderem", disse ela. "A instrução unilateral sobre crenças políticas, religiosas ou sociais não pertence às nossas salas de aula."

Livro My Shadow is Purple com temática LGBT. (Captura de tela/YouTube/NBC News)

O advogado Craig Goodmark, que representa a professora junto com o grupo de defesa jurídica, Southern Poverty Law Center, disse ela poderia apelar da decisão de rescisão ao Conselho de Educação da Geórgia.

Ele revelou que Rinderle está considerando suas opções, que incluem inclusive levar a questão ao tribunal.

“Estou decepcionado com a decisão do distrito de me demitir por ler um livro inclusivo e afirmativo – um livro que representa diversas identidades estudantis”, disse a professora Rinderle em comunicado na quinta-feira.

Rinderle pode ser a primeiro professor da Geórgia demitida após a promulgação de leis que proíbem o ensino de certos conceitos em sala de aula e aumentam a transparência para dar aos pais mais voz na educação de seus filhos.

Contrários a temáticas LGBT

No início deste mês, pais de várias afiliações religiosas se encontraram enquanto se iniciavam os debates orais em um processo movido contra as Escolas Públicas do Condado de Montgomery, localizadas em Maryland.

Os pais estão procurando restaurar o direito de seus filhos de optarem por não participar de aulas que empreguem materiais relacionados à temática LGBT.

Segundo o CP, no outono passado, a escola implementou uma coleção de livros com temática LGBT.

Embora tenha inicialmente acatado os pedidos dos pais para isentar seus filhos de certos materiais, o distrito escolar passou a requerer a participação de todos os alunos em instruções inclusivas sobre assuntos LGBT a partir de março.

Os pais estão convencidos de que essa decisão transgride o direito deles em determinar a educação religiosa de seus filhos.

“É um caso importante para respeitar o direito das crianças de terem a orientação de seus próprios pais, e os conselhos escolares não têm o direito de separar as crianças de seus pais”, disse Eric Baxter, vice-presidente e conselheiro sênior da Becket Law, ao CP na época.

veja também