Em 7 de abril de 2011, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, 12 crianças da Escola Estadual Tasso da Silveira foram brutalmente assassinadas, e outras 12, feridas. Conhecida como massacre de Realengo, a tragédia provocou comoção nacional e trouxe à tona uma importante discussão sobre a necessidade de se combater o bullying nas escolas.
O atirador, segundo as investigações, era um ex-aluno que, anos atrás, havia sido vítima de bullying de seus colegas de classe e descarregou, anos depois, o seu ódio, a sua amargura, a sua dor contra o mundo assassinando aquelas crianças.
Na época, o então deputado federal Roberto de Lucena (PV-SP), atualmente licenciado e ocupante do cargo de secretário de Turismo do Estado de São Paulo, chamou a atenção do Congresso para que os casos de intimidação nas escolas fossem combatidos para evitar reações violentas. Roberto de Lucena, que foi presidente da Frente Parlamentar de Combate ao Bullying e outras Formas de Violência, apresentou o projeto de lei para combater a prática nas instituições de ensino.
A proposta de sua autoria (PL 1691/11), obriga as escolas públicas e privadas de ensino fundamental a manter psicólogos em seus quadros de pessoal. A ideia é que esses profissionais prestem atendimento aos estudantes vítimas de bullying e a suas famílias. “Precisamos ter em cada escola um profissional especializado para identificar transtornos antes que eles se tornem tendências e se materializem em forma de violência”, disse Roberto de Lucena. O projeto de lei está em tramitação na Câmara dos Deputados.
Durante seu mandato, o então parlamentar chamou a atenção do Congresso para o tema, e hoje, ao completar quatro anos do massacre de Realengo, demonstra preocupação: “No momento em que as tragédias ocorrem, despertam a atenção da sociedade e deste Parlamento. Mas à medida em que os holofotes da mídia vão se apagando, a memória vai se distanciando de fatos que não devem ser esquecidos. Que nós possamos a cada dia ser agentes positivos de uma cultura afirmativa de paz, que possamos não tirar do coração e da mente o nosso compromisso com as crianças do nosso Brasil”, destaca Roberto de Lucena, que esteve na escola de Realengo, em 8 de julho de 2011, quando reivindicou mais apoio às vítimas que não estavam recebendo os cuidados médicos necessários. As famílias dos jovens também não contavam com apoio psicológico.
Hoje o deputado licenciado volta a expressar solidariedade às vítimas: “Quero abraçar aquela comunidade de Realengo, quero expressar o meu carinho, o meu respeito, a minha solidariedade às famílias que perderam as suas crianças, os seus entes queridos. Quero abraçar, na pessoa do Mateus, uma das crianças sobreviventes, todas as crianças que sobreviveram àquele massacre”, finaliza.