Sinais do fim: Relatório da ONU diz que 735 milhões de pessoas passam fome

A África continua sendo a região de maior risco quando se trata da crise global da fome.

fonte: Guiame, com informações do Christian Post

Atualizado: Sexta-feira, 14 Julho de 2023 as 2:49

Aumenta o número de pessoas com fome no mundo. (Foto representativa: Piqsels)
Aumenta o número de pessoas com fome no mundo. (Foto representativa: Piqsels)

De acordo com um relatório atual da ONU, entre 691 a 783 milhões de pessoas passaram fome em 2022, com uma faixa média de 735 milhões. Isso representa um aumento de 122 milhões de pessoas em comparação com 2019, antes do início da pandemia por Covid.

A Bíblia diz que “haverá fomes em vários lugares”, conforme Mateus 24 e, no livro de Apocalipse, diz que haverá um tempo de escassez extrema de alimentos, em todo o mundo, de acordo com Apocalipse 6, onde é descrito de forma simbólica, a passagem do “cavalo preto”, por ocasião da abertura do terceiro selo. Diante das atuais notícias, podemos dizer que esse tempo está próximo. 

A África continua sendo a região de maior risco quando se trata da crise global da fome, de acordo com o relatório intitulado “Situação da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo”, publicado na quarta-feira (12) por cinco agências especializadas das Nações Unidas — Agricultura e Alimentação, Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Fundo das Nações Unidas para a Infância, Organização Mundial da Saúde e o Programa Alimentar Mundial.

As cinco agências alertam coletivamente que, se a crise da fome continuar, um dos “17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU” de acabar com a fome até 2030 não será alcançado.

‘O maior desafio que já vimos’

“A fome está aumentando enquanto os recursos de que precisamos urgentemente para proteger os mais vulneráveis ​​estão ficando perigosamente escassos. Como humanitários, estamos enfrentando o maior desafio que já vimos”, disse a diretora executiva do Programa Alimentar Mundial (WFP, da sigla em inglês), Cindy McCain, em um comunicado compartilhado com o Christian Post.

“No WFP, estamos comprometidos em trabalhar com todos os nossos parceiros, antigos e novos, para criar um mundo onde ninguém questione quando chegará a próxima refeição”, ela disse. 

Enquanto as autoridades observaram em seu relatório que a crise de fome persistente foi exacerbada pela pandemia, repetidos choques climáticos e conflitos como a guerra na Ucrânia, o presidente do FIDA, Alvaro Lario, divulgou uma declaração insistindo que um mundo sem fome pode ser alcançado com “investimentos estratégicos” e “vontade política”.

“Precisamos que a comunidade global aja com rapidez, inteligência e compaixão para reverter o curso e virar o jogo contra a fome”, disse.

‘Fome em proporções bíblicas’

Em 2020, quando a pandemia começou a se desenrolar, David Beasley, chefe do Programa Mundial de Alimentação, alertou em uma  apresentação ao Conselho de Segurança da ONU que o número de pessoas passando fome poderia passar de 135 milhões para mais de 250 milhões.

Ele descreveu a pandemia de coronavírus como “a pior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial”. Ele previu que cerca de 300.000 pessoas poderiam começar a morrer de fome diariamente em “proporções bíblicas”.

O último relatório mostra que, embora a fome tenha diminuído na Ásia e na América Latina, ela ainda estava aumentando na Ásia Ocidental, no Caribe e em todas as sub-regiões da África em 2022. Cerca de uma em cada cinco pessoas na África enfrenta fome, que é mais do que o dobro da média mundial.

Áreas rurais e urbanas

Além da crise global de fome, o relatório destaca que mais de 3,1 bilhões, ou 42% da população mundial, não puderam pagar uma alimentação saudável em 2021. Esse número representa um aumento de 134 milhões de pessoas a mais do que em 2019.

Com as tendências de urbanização mostrando que quase 7 em cada 10 pessoas viverão em cidades até 2050, as agências destacaram as disparidades entre as populações rurais e urbanas e como a urbanização influencia os sistemas agroalimentares.

O relatório alerta para o crescente consumo de alimentos altamente processados ​​nas áreas periurbanas e rurais de alguns países e que a insegurança alimentar é mais prevalente nas áreas rurais do que nas urbanas.

Uma maior incidência de desnutrição infantil foi observada nas áreas rurais do que nas urbanas, enquanto crianças com excesso de peso foram ligeiramente mais prevalentes nas áreas urbanas.

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