Em dezembro do ano passado, Michelle Arrigo estava concluindo suas últimas sessões de quimioterapia no Hospital Universitário de Loma Linda, na Califórnia. Hoje, sem sinais de câncer, ela encontrou um novo chamado — alcançar pacientes que lutam contra a doença.
“Meu objetivo na vida agora é alcançar as pessoas que têm câncer, seja pancreático ou não, para ajudá-las nessa jornada”, afirma Michelle, que foi diagnosticada com câncer de pâncreas em estágio 3, em maio de 2019.
Durante o tratamento, ela notava que muitos pacientes iam sozinhos para a clínica, parecendo tristes e assustados. “Eu só quero facilitar o caminho e ser alguém com quem eles possam conversar quando estiverem com medo”, diz.
O Dr. Bruce Hayton, oncologista de Michelle, diz que seu câncer estava localizado na parte central do pâncreas e era “não ressecável localmente”, já que havia afetado os vasos sanguíneos principais.
Na primeira avaliação, o oncologista cirúrgico Naveenraj Solomon considerou que não poderia remover o tumor de Michelle por cirurgia, a menos que houvesse uma diminuição significativa.
“Por ser quem ela é, uma pessoa muito forte, ela disse ‘vamos fazer o que precisa ser feito’ e começou o tratamento”, lembra Solomon.
A cada duas semanas, Michelle e seu marido, Tony, dirigiam 40 quilômetros até a clínica em Beaumont para seu tratamento de infusão e voltavam para casa com um kit de tratamento posterior. O equipamento deveria permanecer conectado a Michelle por dois dias antes que uma enfermeira a visitasse para desconectá-lo.
No meio do tratamento, Michelle um dia teve um colapso completo do sistema — sua contagem de glóbulos brancos despencou e ela desenvolveu uma infecção e pneumonia. Ela passou 12 dias no hospital, onde recebeu antibióticos e tratamento para estimular a produção de medula óssea e glóbulos brancos.
Força que vem de Deus
Depois de se recuperar, Michelle lembra que sua determinação de continuar com a terapia de infusão foi determinante. Ela concluiu a terapia em janeiro deste ano.
O Dr. Solomon disse que ficou surpreso ao ver o tumor de Michelle encolher tão rápido — os vasos sanguíneos começaram a voltar ao tamanho normal enquanto o tumor diminuía. Para reduzir ainda mais o tamanho do tumor, Michelle completou cinco sessões de radioterapia, o que levou o câncer para o estágio 1A.
Michelle estava finalmente pronta para um procedimento cirúrgico quando a Covid-19 se espalhou pelo mundo. Ela trabalhou com o Dr. Solomon para definir uma data para a cirurgia, considerando os riscos e fatores de adiar a cirurgia versus o risco de exposição ao vírus.
Ela finalmente deu entrada no Centro Médico em maio e teve a remoção de dois terços do pâncreas do baço. Foram quase 15 horas de cirurgia para remover completamente o câncer do corpo de Michelle.
Celebrando a vitória
“Para Michelle, apesar do atraso devido a Covid-19, seus resultados funcionaram bem por causa de sua força mental”, disse o Dr. Solomon. “Se manter positiva e forte a ajudou a passar por grande parte do tratamento”.
Depois de sete dias, Michelle voltou para casa com seu marido, onde foi saudada com cartões, flores e comida de amigos. Ela recebeu apoio até mesmo de estranhos, que ela chama de “esquadrão de anjos”.
Desde a recuperação, Michelle e seu marido têm orado todas as noites, se revezando, de mãos dadas o tempo todo. Michelle não tem sinais de câncer há sete meses. “Somos tão abençoados que simplesmente não posso suportar”, diz ela.
Assim que a pandemia tiver fim, Michelle espera retomar seu trabalho voluntário em Riverside e assumir um novo papel: ser uma presença garantida na vida de pessoas com câncer.
“Agora posso estender o braço por cima da mesa, segurar a mão deles e dizer: 'Eu te entendo'”, diz ela.