Trump homenageia Charlie Kirk com a mais alta honraria civil dos EUA

A Medalha Presidencial da Liberdade foi concedida postumamente a Charlie Kirk no dia que seria seu 32º aniversário.

fonte: Guiame, com informações da AP

Atualizado: Quarta-feira, 15 Outubro de 2025 as 9:44

Erika Kirk recebe a Medalha Presidencial da Liberdade das mãos de Donald Trump. (Foto: Instagram/Casa Branca)
Erika Kirk recebe a Medalha Presidencial da Liberdade das mãos de Donald Trump. (Foto: Instagram/Casa Branca)

O presidente Donald Trump concedeu postumamente, nesta terça-feira (14), a mais alta honraria civil dos EUA ao ativista conservador assassinado Charlie Kirk.

O ato reconhece seu papel em inspirar uma geração de jovens conservadores e em influenciar a mudança da política nacional para a direita.

Erika Kirk, viúva de Charlie, recebeu a homenagem em nome do marido. Com a voz embargada e falando em tom suave enquanto enxugava as lágrimas, ela compartilhou palavras emocionadas sobre a trajetória, as convicções políticas e o legado deixado por seu marido.

“Obrigada, senhor presidente, por homenagear meu marido de uma forma tão profunda e significativa. E obrigada por tornar este evento uma prioridade”, disse ela.

“Seu apoio à nossa família e ao trabalho ao qual Charlie dedicou sua vida será algo que guardarei para sempre com carinho.”

A cerimônia foi realizada no dia em que Charlie Kirk completaria 32 anos.

O evento ocorreu cerca de um mês após o fundador da Turning Point USA ter sido morto a tiros enquanto discursava para uma plateia na Universidade Utah Valley.

Em um gesto que evidencia os laços estreitos entre Kirk e o governo, ele foi o primeiro a receber a Medalha Presidencial da Liberdade durante o segundo mandato de Donald Trump.

“Mártir da liberdade”

O presidente também participou do funeral de Kirk, realizado em setembro, onde o descreveu como um “grande herói americano” e um “mártir da liberdade”.

Já o vice-presidente J.D. Vance acompanhou o corpo de Kirk de volta ao Arizona a bordo do Air Force Two, ao lado de sua viúva, Erika Kirk.

“Estamos aqui para homenagear e lembrar um guerreiro destemido pela liberdade, um líder querido que mobilizou a próxima geração como ninguém que eu já tenha visto, e um patriota americano de profunda convicção, da mais alta qualidade e do mais elevado calibre”, disse Trump durante a cerimônia.

Sobre o assassinato de Kirk, o presidente disse: “Ele foi assassinado no auge de sua vida por falar corajosamente a verdade, por viver sua fé e por lutar incansavelmente por uma América melhor e mais forte.”

Trump discursa durante a homenagem a Charlie Kirk nos jardins da Casa Branca. (Foto: Instagram / Casa Branca)

A Medalha Presidencial da Liberdade foi instituída pelo presidente John F. Kennedy em 1963 para reconhecer indivíduos que tenham feito contribuições excepcionais “à segurança ou aos interesses nacionais dos Estados Unidos, à paz mundial, à cultura ou a outras iniciativas públicas ou privadas de grande relevância.”

Acordo de cessar-fogo

Trump retornou aos EUA na madrugada de terça-feira, após uma breve viagem a Israel e ao Egito, onde celebrou um acordo de cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, negociação em que seu governo teve papel decisivo. Durante a cerimônia, o presidente chegou a brincar que quase adiou o evento por conta da viagem.

“Eu corri de volta do outro lado do mundo”, disse Trump. “Eu ia ligar para a Erika e dizer: ‘Erika, será que poderíamos mudar para sexta-feira?’ Mas não tive coragem de ligar. E sabe por que não liguei? Porque soube que hoje era o aniversário de Charlie.”

O presidente da Argentina, Javier Milei, que havia visitado Trump na Casa Branca mais cedo, permaneceu para participar da cerimônia.

Figuras notáveis

Desde seu primeiro mandato, Trump concedeu diversas Medalhas Presidenciais da Liberdade a figuras notáveis, como o golfista Tiger Woods, o ex-técnico de futebol americano Lou Holtz e o economista conservador Arthur Laffer.

Também homenageou o fechador do Hall da Fama dos Yankees, Mariano Rivera, e o apresentador de rádio conservador Rush Limbaugh – este último durante o discurso do Estado da União em 2020. Entre as homenagens póstumas, estão o ícone do beisebol Babe Ruth e o cantor Elvis Presley.

Neste segundo mandato, Trump também anunciou sua intenção de conceder a Medalha Presidencial da Liberdade a Rudy Giuliani – ex-prefeito de Nova York e antigo assessor próximo – e ao renomado médico Ben Carson, que atuou como secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano durante seu primeiro governo.

Kirk fundou a Turning Point USA em 2012 e Trump o elogiou como um dos principais motivos pelos quais ele foi reeleito no ano passado.

Charlie Kirk era filho de um arquiteto e de uma conselheira de saúde mental. Ambos estiveram presentes na homenagem e receberam os cumprimentos do presidente dos EUA.

Pais de Charlie Kirk são cumprimentados por Donald Trump. (Foto: Instagram/Casa Branca)

Vistos revogados

Durante a cerimônia realizada na terça-feira, o governo Trump anunciou a revogação dos vistos de seis estrangeiros que, segundo autoridades americanas, fizeram comentários depreciativos ou zombeteiros sobre o assassinato de Charlie Kirk.

Os seis afetados são oriundos da Argentina, Brasil, Alemanha, México, Paraguai e África do Sul.

A medida ocorre em um momento em que o governo Trump e seus aliados intensificam a vigilância sobre pessoas que fizeram comentários críticos a respeito de Kirk, o que já resultou em demissões e outras sanções disciplinares.

Horas antes do início da cerimônia, Trump anunciou em uma publicação nas redes sociais que o evento seria transferido do Salão Leste da Casa Branca para o Jardim das Rosas, a fim de acomodar uma multidão que, segundo ele, seria “tão grande e entusiasmada”.

A premiação foi um dos primeiros grandes eventos no novo espaço ao ar livre, que aconteceu em um dia de sol após previsões de chuva, o que fez Trump comentar: “Eu estava dizendo à Erika que Deus estava observando. E ele não queria isso para o Charlie.”

“Obra poderosa”

Erika Kirk contou que perguntou à filha de três anos o que ela daria de presente de aniversário ao pai, e a menina respondeu: um bichinho de pelúcia e um cupcake, enquanto Charlie esperava por uma surpresa especial. Erika comentou que, às vezes, era difícil escolher presentes para o marido, mas que a medalha foi o presente perfeito.

Erika Kirk fala durante a homenagem a seu marido na Casa Branca. (Foto: Instagram / Casa Branca)

Erika disse que seu marido poderia um dia ter se candidatado à presidência, “mas não por ambição. Ele só teria feito isso se acreditasse que seu país precisava disso, vindo do coração de seu servo.”

Ela disse que Deus iniciou uma “obra poderosa” por meio de seu marido, e que ela pretende levá-la até o fim. Concluiu seu discurso dizendo que a história de Charlie nos lembra que “viver livre é o maior presente, mas morrer livre é a maior vitória.”

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