Volodymyr Zelensky já falou para alguns dos mais importantes parlamentos, entre os quais o Europeu, o Italiano e o Knesset, de Israel, para o qual pediu armas para a Ucrânia.
Antes de se pronunciar ao Parlamento italiano, na terça-feira (22), o presidente ucraniano conversou por telefone com o Papa Francisco, a quem disse ter tido “palavras muito importantes”.
O presidente ucraniano falou ao Papa sobre a resistência do povo ucraniano "que se tornou um exército quando viu o mal" e pediu mediação para o conflito.
Em sua conta oficial no Twitter, Zelensky também deu notícias sobre sua conversa com o chefe da Igreja Católica: “Falei com @Pontifex. Disse a Sua Santidade sobre a difícil situação humanitária e o bloqueio dos corredores de resgate pelas tropas russas. O papel mediador da Santa Sé no fim do sofrimento humano seria apreciado. Obrigado pelas orações pela Ucrânia e pela paz.”
A conversa foi confirmada pelo embaixador da Ucrânia na Santa Sé. Andrii Yurash também usou o Twitter acrescentando que o papa assegurou ao presidente ucraniano que está "rezando" pela Ucrânia e está fazendo "todo o possível para acabar com a guerra".
Segundo o embaixador, Zelensky disse ao Papa que "Sua Santidade é o convidado mais esperado da Ucrânia".
O presidente ucraniano já havia conversado por telefone com o Papa. Dois dias após a invasão russa, em 26 de fevereiro, Zelensky falou sobre a escalada da violência, recebendo do Papa Francisco mensagem de "sua mais profunda tristeza pelos trágicos eventos que estão ocorrendo em seu país".
Crítica a Israel
Ao falar ao Knesset por videoconferência, em um discurso no domingo (20), Zelensky criticou Israel por não ajudar seu país de maneira mais incisiva e por não sancionar a Rússia.
“Por que Israel se absteve das sanções à Rússia? Israel precisa dar respostas a essas perguntas e, depois disso, conviver com elas”, disse o presidente ucraniano.
“Estamos nos voltando para vocês e perguntando se é melhor fornecer ajuda ou mediação sem escolher um lado”, disse Zelensky ao Knesset (o parlamento israelense). “Vou deixar vocês decidirem a resposta para a pergunta, mas quero reforçar que a indiferença mata.”
Em crítica ao primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett — que foi à Rússia para tentar fazer acordos entre a Ucrânia e o presidente russo Vladimir Putin — Zelensky disse que não é possível fazer uma mediação “entre o bem e o mal.”
Paz em Jerusalém
Anteriormente, o presidente ucraniano já havia sugerido que Jerusalém seja o local das negociações de paz entre Ucrânia e Rússia, durante uma coletiva de imprensa especial em Kiev.
Em suas declarações, Zelensky, que é judeu, reforçou que Israel pode fornecer garantias de segurança para a Ucrânia e espera que o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, tenha uma influência positiva nas negociações.
Zelensky, que é judeu, acrescentou que os imigrantes ucranianos estão entre os fundadores de Israel, carregando consigo o desejo de "construir um grande país", como é agora. "Então não é nada mal para nós ter essa mediação”, disse ele.