Lun nasceu em um país do Sudeste Asiático devastado pela guerra civil. Desde cedo, ela presenciou as consequências da guerra em sua vida.
Seu pai e seu irmão foram mortos durante o conflito e militares queimaram sua aldeia, fazendo com que o restante de sua família fugisse para um esconderijo na selva.
Aos 10 anos, Lun e seus familiares atravessaram a fronteira da Tailândia, escondidos em um caminhão. Vivendo como refugiados no país, eles enfrentaram muitas dificuldades e discriminação.
As raízes budistas da menina foram fortalecidas na nova escola. Lun sempre ouvia falar mal dos cristãos e passou a odiá-los.
Com 15 anos, Lun começou a trabalhar e saiu de casa, fugindo de um casamento forçado que a mãe e o padrasto haviam arranjado.
“Como você pode imaginar, como uma garota de 15 anos, eu realmente não conhecia o mundo. Eu não conhecia as pessoas. Eu apenas tentei sobreviver, mas entrei em muitos caminhos errados e muitas coisas ruins aconteceram comigo”, revelou ela, em entrevista ao International Mission Board (IMB).
E acrescentou: "Pessoas machucadas, machucam pessoas. Eu me machuquei e queria machucar as pessoas”.
Lun chegou a ser extorquida por policiais para poder permanecer no país. Logo depois, ela foi forçada a entrar em uma gangue de rua e foi ameaçada de morte.
Com menos de 18 anos, a jovem fingiu ser farmacêutica e conseguiu um emprego em uma farmácia.
Clamando por ajuda
Após passar por tantos maus tratos na Tailândia, Lun ficou com o coração cheio de raiva. Ela também sentiu o peso de seus pecados, e tentou se purificar através de orações e meditação budistas, mas nada lhe trouxe paz.
“Eu sei que havia um forte sentimento em mim de que eu queria lavar meu pecado. Eu não conseguia controlar minha raiva. Quando eu ficava com muita raiva, dirigia minha motocicleta muito rápido, caía e me machucava”, lembrou Lun.
Certo dia na farmácia, não suportando mais seu sofrimento, a jovem se ajoelhou e clamou ao Senhor dos cristãos: “Deus, se você é real, venha me transformar”.
Pouco tempo depois, um grupo de missionários Batistas do Sul entraram na farmácia e falaram de Jesus para Lun.
“Quando você segue a Jesus, você abandona seus velhos hábitos”, disse uma das cristãs. E a jovem respondeu: “Sim, é isso que eu quero”.
Os missionários também ofereceram um local seguro para ela dormir, depois de saberem que membros da gangue estavam esperando Lun em seu apartamento.
Se rendendo ao Deus dos cristãos
Certa noite, a refugiada sonhou com alguém lhe salvando, e no mesmo instante, ela soube que se tratava de Jesus.
Então, a jovem deixou o budismo, aceitou Jesus e foi batizada. Os missionários da IMB na Tailândia, Rob e Jordan Lindley, a discipularam.
Lun se mudou para os EUA e, hoje, cursa Serviço Social na Universidade de Oklahoma e trabalha na Oklahoma Baptist Homes for Children, uma organização dos Batistas do Sul.
A jovem testemunhou que foi restaurada por Deus. “Eu costumava saber que pessoas magoadas machucavam outras pessoas. Mas em Cristo, embora eu tenha passado por tantos relacionamentos feridos, Deus me curou e me perdoou”, concluiu Lun.
