Mulher sobrevive após ter 60% do corpo queimado: "Deus me deixou viva para um propósito"

Gabriela Schell ficou internada durante meses e passou por reabilitação para voltar a andar, no Mato Grosso do Sul.

fonte: Guiame, com informações de UOL e Top Mídia News

Atualizado: Sexta-feira, 22 Agosto de 2025 as 3:09

Gabriela Schell sobreviveu a um grave acidente com fogo. (Foto: Reprodução/Instagram/Gabriela Schell).
Gabriela Schell sobreviveu a um grave acidente com fogo. (Foto: Reprodução/Instagram/Gabriela Schell).

Em 2013, a cristã Gabriela Schell, de 30 anos, ganhou uma nova chance de viver após sofrer um grave acidente com fogo, no Mato Grosso do Sul.

Ela estava ajudando o ex-namorado a limpar uma moto quando tudo aconteceu. “Fomos limpar a moto dele. Lavamos, secamos. Quando ele foi tentar ligar, não conseguiu dar partida e me perguntou: 'será que tem água na gasolina?'. E eu disse que deveria ter”, lembrou Gabriela, em entrevista à UOL.

“Foi quando ele teve a ideia de passar a gasolina do tanque para o balde, do balde para o chão e acender um isqueiro. Na hora, não passou pela minha cabeça que daria problema. Para mim, era só um experimento para ver se tinha água misturada na gasolina”.

Assim que o homem acendeu o isqueiro na gasolina, uma grande chama se formou rapidamente, atingindo ele e Gabriela.

“Só vi o fogo e gritei 'não', mas ele já tinha batido o isqueiro. Foi tudo muito rápido. O fogo veio direto para minhas pernas e tomou conta de toda a varanda. Me desesperei e comecei a me abanar, só que o oxigênio alimenta o fogo, então, as chamas só aumentavam”, contou.

O ex-namorado correu para a rua, se jogou no chão e conseguiu apagar o fogo. Já Gabriela ficou em pânico, entrou para dentro de casa, enquanto as chamas subiam por sua mão, braço, pescoço e rosto.

“Naquele momento eu achei que ia morrer. Eu batia com a mão tentando apagar o fogo, mas acabava espalhando ainda mais. Minha sogra conseguiu apagar as chamas”, afirmou, ao Top Mídia News.

“Sobrevivi por questão de segundos, e desde aquele instante entendi que Deus tinha me deixado viva porque havia um propósito”, testemunhou.

Ela afirmou que tudo aconteceu em menos de um minuto e ela não sentiu nenhuma dor no momento. Gabriela foi socorrida e levada para um hospital em Campo Grande.

“Eu conversava com as pessoas, via que estava queimada, toda enfaixada, cheia de bolhas, mas não sentia dor. Do joelho para baixo, tive queimaduras de terceiro grau. Tive 60% do meu corpo queimado”, comentou.


Gabriela Schell sobreviveu a um grave acidente com fogo. (Foto: Reprodução/Instagram/Gabriela Schell).

Na CTI

A jovem foi internada e precisou ser transferida para o CTI por três vezes. Ela passou por um longa recuperação, com diversas cirurgias de enxerto de pele.

“Depois que fui internada de fato, só tenho flashes e sei de situações porque me contaram”, observou Gabriela.

“Fiz muitas cirurgias que até perdi a conta. Meu corpo não estava aceitando mais minha própria pele, rejeitava. Tive de reaprender a andar, porque por quatro meses eu só me mexia com ajuda da cama”, relatou.

Uma das pernas foi a parte do seu corpo mais afetada e ela teve dificuldades para se movimentar.

“Quando saí do hospital, sentia ela queimando e coçando. O sangue descia para as extremidades, mas o músculo da panturrilha não conseguia bombear de volta. Era um minuto de pé e já precisava deitar, tinha vertigem”, lembrou.

Reaprendendo a andar

O processo de reabilitação durou muito tempo e Gabriela teve que conciliar a faculdade de Educação Física com os tratamentos.

Apesar das dificuldades, ela se formou e começou a trabalhar. Em 2021, Gabriela lançou um livro contando seu testemunho, com o propósito de inspirar outras pessoas que enfrentam desafios.

A mulher também passou a visitar alas de queimados em hospitais, levando apoio às vítimas e familiares.

Neste ano, ela recebeu uma mensagem de uma mulher contando que o irmão também havia sofrido queimaduras em 60% do corpo. 

“Ela me mandou vídeos do rapaz e eu entendi ali, mais uma vez, porque estou viva. Ele sobreviveu por 40 segundos em chamas e, em menos de um mês, faleceu. Eu queimei por menos de um minuto. Isso reforçou em mim a certeza de que cada segundo da minha sobrevivência tem um propósito”, contou.

Hoje, Gabriela é casada, tem dois filhos e atua como empreendedora. “Dói viver o processo, mas se souber viver, ele se torna mais leve. Minha missão é mostrar para outras pessoas que é possível recomeçar, independentemente da dor que se enfrenta”, ressaltou.

“Cada deserto, cada experiência vivida é um momento propício para sermos lapidados e forjados em nosso caráter, nos tornando mais parecidos com Cristo”, declarou ela, em postagem no Instagram.

veja também