Após ser diagnosticado com uma doença rara que afeta os nervos, o pastor americano Brian Dube teve 90% do corpo paralisado.
Em novembro de 2023, Brian — pastor da Christian Fellowship Center em New Bedford, Massachusetts, nos Estados Unidos — foi ao pronto-socorro reclamando de sintomas respiratórios persistentes e um formigamento nas pontas dos dedos.
Mesmo tomando antibióticos, 24 horas depois, o lado esquerdo do rosto dele estava paralisado e caído. O pastor não conseguia engolir água e perdeu a sensibilidade no braço esquerdo.
De volta ao hospital, uma tomografia descartou um derrame. Então, os médicos deram alta a Brian e afirmaram que nada poderia ser feito.
"Se vocês me mandarem para casa, eu vou morrer. Tem alguma coisa errada comigo", relembrou ele à AG News.
Nesse momento, Brian foi levado para outro hospital, onde a situação se agravou. O pastor não conseguia engolir e começou a se engasgar com a própria saliva.
Em seguida, o pastor fez uma oração: “Senhor, tenho 50 anos. Tenho uma família. Não quero morrer e deixá-los. Quero continuar a ministrar. Mas, obrigado por me salvar e pelos anos de vida que me deste. Se eu morrer, de alguma forma, aproxime minha família de Ti”.
Assim que fechou os olhos, Brian desmaiou e acordou em uma máquina de ressonância magnética, completamente paralisado.
Após uma bateria de exames, os médicos informaram que Brian havia contraído uma cepa [agrupamento viral] rara da Síndrome de Guillain-Barré (SGB), uma doença na qual o sistema imunológico ataca repentinamente os nervos.
Conforme a AG News, a raridade da doença “é literalmente uma em um milhão”. Brian acabou passando quatro meses em três hospitais, paralisado.
Ele ficou entubado por 12 dias, teve uma via aérea lesionada, sobreviveu acordado durante uma cirurgia e passou por seis meses de terapia intensiva. Hoje, o pastor ainda está parcialmente paralisado nas mãos e no rosto.
Conforto de Deus
Nesse período, o pastor relatou que encontrou conforto em suas orações: "Se encontrar paralisado é quase além do que se pode suportar. Se minha cabeça caísse para um lado, ela ficava lá até que alguém a movesse. Lidar fisicamente era uma coisa, mentalmente era outra. Jesus disse: 'Não se preocupe porque isso não acrescenta conhecimento à sua vida'. Então, percebi que ficar ansioso não me ajudaria".
"Eu orei dizendo: ‘Se Você me capacitar e me envolver com Seu amor, eu posso fazer isso. Se não estás comigo, então me deixe morrer agora’”, acrescentou.
Hoje, Brian testemunha sobre a fidelidade de Cristo, a tal ponto que seria melhor para ele permanecer com sua doença, tendo a percepção atual do amor de Deus, do que ser curado e perder isso.
“À noite, no hospital, eu estava sozinho, paralisado na cama, olhando para o que quer que minha cabeça estivesse olhando. Eu orava e apenas pensava em Jesus. Eu me lembrava Dele lavando os pés dos discípulos ou restaurando Pedro”, relembrou o pastor.
E continuou: “Comecei a pensar Nele como um amigo familiar e meu Messias, Salvador e Rei. Pedi a Ele que derramasse Sua misericórdia, conforto, cura, força e paz sobre mim. Eu ficava perdido em oração por cinco ou seis horas por vez. Ele me confortava de maneiras poderosas”.
Citando a passagem bíblica em Romanos 8:32, o pastor destacou: “Eu sei que Deus é bom por causa do que Ele fez na cruz. O Espírito Santo me atraiu e me levou a um lugar de gratidão, dependência, confiança e força no que eu sabia ser verdade — que Deus é bom”.
‘Mais perto de Jesus’
Brian voltou a pregar na igreja no dia 1º de setembro de 2024: “Não consegui beber água por meses. Eu tinha tanta sede que, mesmo se eu nunca mais andasse, eu ficaria bem se tivesse tomado apenas um gole de água. Comecei a querer ter sede de Jesus assim. E conforme Ele me atraiu para perto, eu consegui atrair minha família e minha congregação”.
“Nossa família, igreja e comunidade foram impactadas positivamente por tudo isso. Enquanto estava paralisado e incapaz de falar, eu aprendi a ouvir”, acrescentou.
Emelia, uma das filhas do pastor, contou que descobriu que ele conseguia apontar letras com os pés. Foi assim que Brian voltou a criar suas ministrações.
“Olhamos para trás com admiração de como Deus usou a situação do meu pai para alcançar tantas pessoas e nos aproximar mais uns dos outros e mais perto Dele”, afirmou Emelia.
O pastor Sam Bongiorno acrescentou: "Nós, como igreja, tivemos que buscar Jesus fervorosamente por nosso pastor e pela saúde da igreja. Uma foto do pastor Brian no início de sua batalha estava em um quadro com a mensagem: 'Mais perto de Jesus do que nunca'. Com paralisia total, exceto no pé, ele soletrou esta frase por causa de seu amor por Jesus e pela igreja. Ver aquela foto dele foi como se o chão tivesse sido colocado de volta sob meus pés".
Em 16 de setembro, voltou a pregar e ministrou para mais de 1.000 homens: "Se Deus pode usar isso para falar de Sua bondade, misericórdia e graça, contarei esta história até o dia em que morrer".
Sua esposa, Rebecca, acrescentou: "Desde o início até hoje, tenho visto Deus nos atrair e a todos ao nosso redor para mais perto Dele. Oro para que, por meio da história do meu marido, a bondade de Deus seja testemunhada. Ele é nossa fonte de força, especialmente nas dificuldades, e nossa esperança. Que nosso testemunho seja um encorajamento para os outros”.
“Quando ouvimos um testemunho ou lemos a Bíblia, tendemos a pensar que é para outra pessoa. O Salmo 34:8 nos convida a provar e ver por nós mesmos, em nosso contexto e em nossas lutas. Jesus disse aos cansados e sobrecarregados para virem a Ele. Este é um convite relacional. Aceite o convite de Cristo e tenha descanso em sua alma”, concluiu Brian.
