A ideia era arrumar as malas para passar cinco dias em Miami, na Flórida (Estados Unidos), mas, nas últimas semanas, com a alta do dólar, a engenheira Martha Cristel viu a conta ultrapassar seu planejamento inicial e desistiu da viagem.
"Comecei a ver preços em janeiro, quando o dólar teve uma queda, mas achei que pudesse cair mais e não comprei. Agora, com o valor que está, não vou mais."
A reportagem fez um levantamento com cinco agências de câmbio na tarde da sexta (13). O dólar turismo variava entre R$ 2,97 e R$ 3,03 em espécie (patamar que não era encontrado com frequência desde 2004) e de R$ 3,12 a R$ 3,18 no cartão pré-pago. Na quarta-feira (11), a moeda chegou a R$ 3,20.
Vale a pena pesquisar preço nas agências de câmbio.
Na dúvida sobre a tendência do dólar, a dica é fracionar as compras até o momento da viagem. Se a moeda cair, a pessoa poderá comprar parte com um valor mais baixo daqui a algum tempo; se subir, porém, já terá obtido um pouco com cotação favorável.
A única regra que vale para todas as operações é o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 0,38% na transação em espécie e de 6,38% no cartão.
Simone Zanella, dona de uma agência de viagem especializada em pacotes para Orlando (também no Estado americano da Flórida), já sente os efeitos da alta do dólar: nas últimas duas semanas não fechou nenhum roteiro.
As vendas que conseguiu fazer foram para famílias que já haviam comprado as passagens no ano passado e que precisavam apenas acertar os passeios, reservar hotel e trocar algum dinheiro para alimentação e compras.
"Não acredito que as pessoas deixem de viajar com a alta do dólar, mas elas estão mudando a viagem. Ou seja, trocando a categoria da hospedagem para uma mais barata e diminuindo passeios."