Os meninos do Atlético-PR tentaram e assustaram. Chegaram a encostar na taça por 30 minutos. Mas quem a levou para casa foi o Coritiba. De virada, o Verdão venceu por 3 a 1, conquistou mais um tetracampeonato - que não se repetia há 39 anos. Só que diferentemente da década de 70, o adversário da final nos quatro anos foi o rival Furacão. Se os torcedores alviverdes gritaram "é campeão" por quatro anos, os rubro-negros tiveram que ouvir a provocação de "tetravice".
A massa coxa-branca estava confiante no título. No domingo do Dia das Mães, o Estádio Couto Pereira ficou lotado, com o maior público do ano: 24.872 mil torcedores, que viram Hernani abrir o placar para o Atlético-PR, que jogava melhor e bloqueava o Coritiba. Mas a partir dos 29 minutos do primeiro tempo, Alex mostrou por que é craque e fez o seu primeiro. Ainda na primeira etapa, virou o resultado, e Geraldo - o talismã - fechou no segundo tempo. No jogo de ida, na Vila Capanema, os times haviam empatado por 2 a 2.
Com o término do estadual, o Coritiba se volta para a Copa do Brasil. Na quarta-feira, enfrenta o Nacional-PR, pela segunda fase. Já o Sub-23 do Atlético-PR se divide. Alguns atletas vão para o time principal, que se prepara para o Brasileirão - no fim do mês. O restante realizará amistosos e torneios internacionais.
Furacão assusta, mas Alex devolve a tranquilidade
O Coritiba entrou em campo com o resultado a seu favor. O empate dava a taça para o Verdão. Só que problemas de última hora deram uma nova cara para o time. O volante Willian sentiu uma fisgada na coxa e foi cortado. Júnior Urso foi o substituto. Nas laterais, Escudero e Victor Ferraz foram escalados. No Furacão, a principal mudança foi a entrada do zagueiro Erwin.
A missão do Atlético-PR era simples: pressionar o Coxa e abrir o placar logo. Com cinco minutos, Hernani arriscou e contou com a ajuda do goleiro Vanderlei. A bola bateu nas mãos do arqueiro alviverde e entrou. 1 a 0 para o Atlético-PR. Com a vantagem, o Furacão recuou bruscamente. Sem espaço para atacar, o Coritiba se resumia às trocas de passes entre Escudero, Chico e Leandro Almeida na zaga.
Mas bastou um pouco de qualidade para a situação mudar. Entrou em cena o toque de craque do meia Alex. Com o auxílio da correria de Rafinha e Robinho, a bola passou a fluir mais entre a defesa atleticana. Com 30 minutos, o capitão alviverde conseguiu um belo chute, sem chances para o goleiro Santos. O empate deu um novo panorama e desajustou a zaga rubro-negra. Aos 40, Alex voltou a aparecer bem em jogada individual, chutando forte e aproveitando o rebote do arqueiro rubro-negro para decretar a virada.
No segundo tempo, Coritiba amplia e faz a festa
O gol da virada antes do fim da etapa inicial deu tranquilidade para o Coxa. Sem mudanças, o Verdão voltou com uma tática de toque de bola no meio-campo. Quem não conseguia sair para o ataque era o Furacão, parado no esquema de três zagueiros - com Escudero ocupando a esquerda.
As chances mais claras eram para o Coritiba. Primeiro com Robinho, que aproveitou a sobra de bola para arriscar um chute perigoso, que passou à direita de Santos. Depois, Alex ficou próximo de fazer o terceiro dele, mas a bola parou no travessão e na linha.
A experiência do time valeu sobre os aguerridos atleticanos. A equipe rubro-negra corria muito, mas começou a perder o jogo na cabeça fria dos alviverdes e também na estrela e talento de Alex. O camisa 10 foi responsável pelos gols do primeiro tempo e o lance mais perigoso no segundo. Por duas oportunidades mandou a bola no travessão.
Mas quem fechou o placar foi o talismã do Coritiba. O angolano Geraldo entrou no lugar de Rafinha no fim do segundo tempo para confirmar o título em um chute sem muita força de fora da área, desviado na zaga, após bom cruzamento de Deivid pela esquerda. Depois do gol, a alegria no Couto Pereira tomou conta dos alviverdes, que comemoram o tetracampeonato e não perderam a oportunidade de fazer graça com o arquirrival gritando "tetravice".