MENU

Partidários de presidente do Paraguai prometem protestos se ele for destituído

Partidários de presidente do Paraguai prometem protestos se ele for destituído

Atualizado: Sexta-feira, 22 Junho de 2012 as 1:03

Movimentos sociais e aliados do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, prometem tomar as ruas de Assunção para protestar caso ele seja afastado nesta sexta-feira em um julgamento político no Senado. De acordo com o jornal ABC Color, cerca de 1,5 mil manifestantes acamparam nas imediações do Congresso para pressionar os legisladores a rejeitar um impeachment.

Nesta sexta-feira, mais 70 ônibus com aliados de Lugo devem chegar a Assunção vindos de diversas partes do país, segundo o governador da Província de São Pedro, José \"Pakova\" Ledesma. Na quinta-feira à tarde, diversos comércios fecharam as portas no centro de Assunção por medo de confrontos. A expectativa é que muitos não abram nesta sexta.

O destino de Lugo deve ser decidido ainda nesta sexta-feira em quatro sessões relâmpago no Senado paraguaio. Lugo está correndo contra o relógio para evitar um impeachment, mas seus opositores no Congresso parecem decididos a afastá-lo do poder até o fim do dia.

Ao meio-dia no Paraguai (13 horas de Brasília), ele deve comparecer ao Senado com seus advogados para responder às acusações de que teria responsabilidade em um conflito entre policiais e camponeses que deixou 17 mortos há uma semana, no Departamento de Canindeyú.

Segundo informações do jornal paraguaio ABC Color, sua defesa deverá ser apresentada em duas horas e logo em seguida haverá outras duas sessões de uma hora cada: a primeira para a apresentação de provas contra o presidente e a segunda para as considerações finais da acusação e da defesa. Às 16h30 locais, o Senado deve votar se Lugo permanece ou não no cargo.

Ação na Justiça

Miguel López Perito, secretário pessoal de Lugo, disse à imprensa paraguaia que representantes do presidente paraguaio também abririam logo pela manhã uma ação de inconstitucionalidade em tribunais do país contra o processo político que pode levar ao seu afastamento do poder.

O Paraguai mergulhou em uma crise política na quinta-feira, quando 76 dos 80 parlamentares da Câmara dos Deputados votaram a favor da abertura de um processo de impeachment contra Lugo. Na ocasião, apenas um deputado apoiou o presidente e três se abstiveram da votação.

A Constituição paraguaia estabelece que o presidente e outras autoridades podem ser processados por \"mau desempenho de suas funções, por delitos cometidos no exercício de seus cargos ou por delitos comuns\".

Lugo é acusado de responsabilidade nos confrontos em Canindeyú. Aliados do líder paraguaio, porém, dizem que a rapidez com a qual o processo de impeachment está tramitando no Legislativo o configuraria como um \"golpe branco\".

Votação e protestos

Para aprovar o impeachment, a oposição paraguaia precisa dos votos de 30 dos 45 senadores, mas como apenas 3 membros da Casa apoiam Lugo, isso não seria um problema para eles. Dentro e fora do Paraguai, porém, já há movimentações em favor do presidente paraguaio.

De um lado, países da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) estão acompanhando o processo de perto e podem impor sanções ao Paraguai no caso \"de ruptura ou ameaça de ruptura da ordem democrática\".

Lugo foi eleito em 2008 com 41% dos votos, mas não há clareza sobre os seus índices de aprovação atualmente.

Segundo o instituto de pesquisas paraguaio Enrique Taka Chase, sua popularidade teria caído de 58% para 38% desde então. Uma pesquisa do Centro de Estudios y Educación Popular Germinal, porém, ainda lhe dava 58% de aprovação em janeiro.

*Com BBC Brasil



veja também