O vigia George Zimmerman, acusado de matar o jovem negro Trayvon Martin na cidade americana de Sanford, na Flórida, deixou a prisão na noite deste domingo (22) após pagar uma fiança de US$ 150 mil (cerca de R$ 280 mil).
Ao deixar a prisão, Zimmerman usava calça jeans e casaco marrom e carregava um saco. Ele estava acompanhado de um homem não identificado e os dois deixaram o local em uma BMW. O destino foi mantido em segredo por temores em relação à segurança do vigia, dada a repercussão do caso.
A morte de Martin, 17 anos, levou a uma onda de protestos na Flórida e em outras partes do país contra a impunidade e a favor dos direitos civis.
Martin voltava de uma loja de conveniência quando Zimmerman começou a segui-lo. Minutos depois, os dois começaram a brigar e o vigia sacou sua arma. Segundo Zimmerman, o tiro foi dado em legítima defesa. Ele disse à polícia que Martin o havia atacado depois que ele havia desistido de perseguir o adolescente e estava retornando para seu veículo.
Em uma audiência na sexta-feira, o juiz Kenneth Lester determinou várias condições para a libertação de Zimmerman. Ele não poderá ter acesso a armas, ingerir bebidas alcoólicas ou usar drogas ilegais, além de respeitar um toque de recolher das 19h às 6h. Seu passaporte foi confiscado.
Na mesma audiência, o vigia lamentou a morte de Martin diante de seus familiares. “Gostaria de dizer que lamento a perda do seu filho”, disse o vigia aos pais do jovem que estavam no tribunal. “Não sabia quantos anos ele tinha, achei que era um pouco mais jovem do que eu. Não sabia se ele estava ou não armado.”
O pedido de desculpas não comoveu Natalie Jackson, uma das advogadas da família. “Foi uma das desculpas menos significativas que já vi”, afirmou. Advogados do vigia disseram que ele deve ser solto nos próximos dias e que passará a morar em outro Estado por causa de ameaças contra sua família.
