A Polícia Civil liberou todos os 56 detidos durante os protestos seguidos de atos de vandalismo, ocorridos na noite de terça-feira (16), em São Paulo. A última pessoa deixou o 14ºDP, em Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista por volta das 4h desta quarta (16).
Eles foram cadastrados pela polícia, mas ainda não respondem a nenhum crime. Depois, a Polícia Civil, com imagens de câmeras, vai verificar se os detidos tiveram participação em depredações ou agressões a policiais militares.
A polícia deteve o grupo durante protesto convocado por estudantes da Universidade de São Paulo (USP) nesta terçana Zona Oeste de São Paulo. O ato começou de forma pacífica às 18h no Largo da Batata e terminou com depredações, vandalismo e invasão à loja de móveis e decoração Tok&Stok, na Marginal Pinheiros.
Quatro policiais militares ficaram feridos, segundo a corporação. A PM não registrou casos de manifestantes machucados.
Os estudantes reivindicavam, além melhorias na educação, eleições diretas para reitor nas universidades USP e Unicamp. Um grupo de manifestantes mascarados que aderiu à manifestação entrou em confronto com a polícia na região da Ponte Eusébio Matoso, por volta das 19h. Os estudantes pretendiam terminar o ato em frente ao Palácio dos Bandeirantes. O confronto com a polícia, entretanto, dispersou a manifestação às 21h.
Foram depredadas sete agências bancárias e um ônibus na Avenida Vital Brasil e uma concessionária na Avenida Eusébio Matoso. Os manifestantes também picharam os vidros da Estação Butantã do Metrô. Três carros do Consórcio Via Quatro, responsável pela Linha 4-Amarela do Metrô, foram alvos de vandalismo.
Os estudantes se reuniram no Largo da Batata, na Zona Oeste de São Paulo, às 16h. Após uma aula pública de Plínio de Arruda Sampaio, os manifestantes sairam em caminhada pela Avenida Faria Lima, em direção ao Palácio dos Bandeirantes.
Por volta das 18h30, houve impasse entre os organizadores. Estudantes das universidades USP, Unicamp e do movimento Juntos pela Educação não queriam que os mascarados caminhassem na frente do ato, pois impedia a visualização das faixas do protesto.
Às 19h, um grupo de mascarados usou pedras para quebrar vidros de uma concessionária Honda, localizada no fim da Avenida Eusébio Matoso. Já na Marginal Pinheiros, às 19h20, eles jogaram pedras e morteiros em direção à polícia. A confusão com os mascarados começou depois da tentativa da PM de prender um deles.
Policiais jogaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Eles invadiram a loja de móveis e decoração Tok&Stok , e usaram a saída de trás do estabelecimento, em uma alça de acesso para a Ponte Eusébio Matoso.
O grupo correu para a Avenida Francisco Morato, na calçada do sentido Marginal Pinheiros, e bloqueou o trânsito no local. A polícia deteve alguns participantes, que foram mantidos algemados no canteiro da avenida. A PM diz que, no total, 57 pessoas foram detidas perto da loja.
Apesar da invasão, a assessoria de imprensa da Tok&Stok informou que não houve saques tampouco depredações. "A rede esclarece ainda que ocorreram apenas alguns danos externos e que a loja funcionará amanhã [quarta-feira] normalmente", diz uma nota da rede. Ninguém ficou ferido.
Às 21h15, os manifestantes se dispersaram na região do Butantã. Policiais civis confirmam que um grupo grande de manifestantes detidos foi levado para o 14º Distrito Policial, em Pinheiros, à espera do registro do boletim de ocorrência.