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Álbum musical em forma de broche dispensa tocador

Álbum musical em forma de broche dispensa tocador

Atualizado: Terça-feira, 21 Dezembro de 2010 as 11:39

Dispositivo permite ao usuário mostrar gostos musicais

Quem ainda compra CDs ou álbuns de vinil em lojas de discos, precisa levá-los para casa para poder escutá-los, a não ser que leve um tocador portátil consigo. Mas e se o disco pudesse tocar sozinho, sem o auxílio de um tocador?

A ideia não é tão estranha quanto parece. Nos anos 1970, alguns flexidiscs promocionais - discos prensados sobre plástico extremamente fino - vinham com um gramofone primitivo de cartolina.

Tudo o que se precisava fazer era colocar a pequena agulha no canto do disco e rodá-lo com os dedos para ouvir o som gravado em seus sulcos.

Agora, quase 40 anos depois, alguém desenvolveu um dispositivo de som digital com um equipamento para reprodução embutido. O resultado pode ajudar a tornar o formato físico da música atraente novamente na era digital.

O Playbutton, desenvolvido por uma empresa americana, é um álbum digital na forma de um broche, com ilustrações que podem ser usadas pregadas à roupa.

É só colocá-lo na lapela, conectar fones de ouvido e é possível sair pela rua mostrando seu gosto musical enquanto escuta o álbum.

'É um objeto pequeno, perfeito e imediato, que cabe na palma da mão', afirma Nick Dangerfield, fundador da Playbutton.

Dangerfield diz ter chegado ao formato em resposta a um sentimento generalizado de que as pessoas estão 'cansadas dos CDs', mas acham que os downloads de música digital 'não são totalmente satisfatórios'.

'Pensei em dar um novo uso aos arquivos digitais ao colocá-los em um tocador exclusivo. É uma forma icônica que dá à pessoa a chance de mostrar suas preferências', diz.

'Ele mostra que você comprou o álbum e que apoia a banda', afirma.

Lançamentos

Nos anos 1970, flexidisc vinha com toca-discos de cartolina

A Playbutton é uma companhia pequena, com uma mistura de funcionários com dedicação exclusiva e outros ocasionais. Ela emprega quatro pessoas em Nova York, duas em Tóquio, duas em Barcelona e uma em Londres.

Oito lançamentos estão previstos a partir de fevereiro de 2011.

Os álbuns são de artistas pouco conhecidos, então o lançamento servirá para divulgar o novo formato e também as bandas.

A mais conhecida é a banda alemã de glitch-techno Oval, que vem lançando álbuns independentes desde 1993.

Há ainda várias bandas independentes de Nova York, incluindo o grupo de 'indietrônica' Javelin, que tem contrato com o selo Luaka Bop, de David Byrne.

Dangerfield diz esperar que os Playbuttons sejam uma oportunidade para que artistas e selos consigam vender seus álbuns em lojas que hoje não vendem CDs ou vinis, para 'retomar a presença física no comércio'.

Outra maneira óbvia de vendê-los deverá ser em barracas de promoção em shows.

Para Dangerfield, o preço ideal deve ser de US$ 15 (cerca de R$ 25) se as bandas forem vendê-los em seus próprios shows, mas o preço pode até dobrar 'dependendo do tipo de lançamento e do canal de venda'.

'Cabe ao artista decidir o quanto quer cobrar', afirma.

Para o criador, o Playbutton não é caro. 'Se você disser às pessoas: 'É um tocador de MP3 e custa US$ 25', dirão que é barato. Mas se disser: 'É um tocador de MP3 e já tem um bom álbum dentro', pensarão que é caro', diz.

Tecnologia

Dispositivo tem controles básicos para a reprodução das músicas

Como a maioria dos equipamentos eletrônicos atualmente, o Playbutton é fabricado na China, com toda a produção feita em uma fábrica em Shenzhen, no sul do país.

'É bom que a tecnologia tenha chegado ao ponto de permitir que isso tenha se tornado viável', diz Dangerfield.

Mas ele admite que a tecnologia usada no Playbutton é, de alguma maneira, 'anacrônica'.

O cartão de memória de 256 MB dentro do aparelho já foi há muito tempo superado por outros com capacidades maiores para outros usos, mas é de bom tamanho para o Playbutton, já que ele carrega apenas um álbum.

Movido a uma bateria de lítio recarregável, o aparelho tem controles para reproduzir, pausar e saltar músicas na parte de trás, além de controle de volume, mas não há a opção de alterar a ordem de reprodução.

Para Dangerfield, a sequência de um álbum é relacionado a 'dar o controle ao artista', e algo importante se perde quando temos o poder de rearranjar a sequência como desejamos.

Ele diz não esperar que o Playbutton substitua o CD, mas deseja que sua criação inspire as pessoas a redescobrir a alegria dos formatos físicos de música, ao dar o dispositivo a outras de presente ou mesmo trocá-los para ajudar a divulgar sua banda favorita.    

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