Lucas Lezcano Velez enfrentou um golpe forte no início de sua vida: perdeu os avós, que o criavam em uma família humilde na cidade de Córdoba, na Argentina. “Quando eu tinha 19 anos, eles morreram e eu não tive para onde ir, estava na rua. Tive que me virar e dormir nas casas dos meus amigos”, contou o executivo, que agora com 34 anos, lança o Compare em Casa (acesse aqui) no Brasil.
Velez afirma ter apostado nos estudos para hoje ser o criador da ferramenta, que foi lançada na Argentina em junho de 2011 para ajudar o consumidor a economizar na compra de itens como o seguro do carro, empréstimos, voos e hotéis. “Eu consegui uma bolsa de estudos em Londres e, lá, conheci o Money Supermarket, que hoje vale US$ 1 bilhão”, conta. Segundo ele, a empresa britânica inspirou na criação da Compare em Casa.
A startup foi criada por Velez nas horas vagas do seu trabalho de consultor financeiro. “Quando eu tinha um tempo, eu criava o plano de negócios. Quando voltava pra casa, trabalhava mais”, lembra. Inicialmente, o fundador tirou US$ 20 mil do seu bolso para dar início à companhia – depois, ele conseguiu juntar US$ 100 mil.
Já em 2010, o Compare em Casa estava em andamento, mas faltavam investimentos. Isso mudou quando, em um clube de negócios, Velez recebeu US$ 200 mil para tocar o negócio – outros US$ 500 mil vieram depois. “Peguei o dinheiro e me mudei para Córdoba com a minha mulher”, disse o empreendedor.
O site foi lançado na Argentina oferecendo comparações de seguros, empréstimos, passagens e voos. Seis meses depois, a plataforma já funcionava no Brasil, para ser lançada oficialmente na última quarta-feira (1º).
Atualmente, o Compare em Casa tem escritórios em Córdoba e em São Paulo, empregando 25 pessoas. “A ideia para o fim do ano é já colocar o seguro médico e pegar uma nova rodada de investimentos de US$ 5 milhões”, conta o fundador. Segundo ele, a ideia é que o site consiga comparar os preços de todos os serviços necessários para a casa e a empresa em si esteja valendo US$ 100 milhões em cinco anos.
Também nos próximos cinco anos, Velez quer que o Compare em Casa esteja presente em seis países. “O Brasil deve representar 50% do nosso negócio”, conta. No caminho da companhia, o empreendedor também vê uma oferta inicial de ações, que ele pretende fazer na bolsa de valores de Londres.
Quando o negócio estiver consolidado, o fundador afirma que quer ser um modelo e inspirar outras pessoas. “Quero fazer como o Bill Gates, quando puder quero escrever livros e fazer algo pela América Latina. Algo na área de educação”, conta. Ele também afirma que quer doar parte da fortuna que criar para uma causa importante.