No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, é bom evidenciar a importância que elas devem ter com a saúde. Há duas doenças que vem preocupando a classe médica e as mulheres devem ficar atentas: o câncer de mama e o de colo de útero.
Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de mama é a doença que mais mata mulheres no Brasil. Dados da Sociedade Brasileira de Mastologia indicam que, a cada dez casos, sete são diagnosticados em fase avançada, quando o câncer já se espalhou para outras partes do corpo.
Apesar do auto-exame ser importante, a médica especialista em mamografia Janice Lamas, que já fez mais de 300 mil exames em 32 anos na área, lembra que as mulheres devem fazer a primeira mamografia entre 35 e 40 anos. Depois dos 40, o exame deve ser feito anualmente.
"Estendendo isso, as mulheres que não sentem nada, não têm nenhuma queixa, não têm nada palpável, porque a finalidade do rastreamento mamográfico é identificar um tumor ainda não palpável, onde existe a possibilidade de cura de mais de 95 por cento", ressalta.
Já o câncer de colo do útero, que é a segunda maior causa de óbitos por tumor no sexo feminino, mata cerca de sete mil mulheres todo o ano. Segundo a ginecologista coordenadora do Ambulatório de Patologia do Trato Genital Inferior do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Vera Lúcia Fonseca, o exame Papanicolau ainda é a melhor forma de diagnóstico precoce da doença.
"Quando a lesão é inicial, realizamos a conização, que é o ressecamento da parte doente do colo do útero. O procedimento dispensa a internação e é feito no próprio ambulatório. No caso de câncer invasor, isto é, tumores em formas mais graves, é necessário tratamento cirúrgico aliado à radioterapia para que a doença não progrida", explica.
Ela explica que o ambulatório do HUCFF atende cerca de 50 pacientes por semana e realiza cerca de 30 conizações e biópsias por mês.
Para a prevenção do câncer do colo do útero, há duas vacinas contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) - relacionado a mais de 90% desses tumores. Disponível desde 2007 no Brasil, ainda está longe de ser acessível às classes menos favorecidas, já que cada dose custa cerca de R$ 400.