Carboidrato é mesmo o vilão das dietas?

O emagrecimento não ocorre apenas pela restrição de carboidratos, mas pela quantidade total de calorias ingeridas.

fonte: Guiame

Atualizado: Sexta-feira, 2 Fevereiro de 2018 as 10:16

Nenhum alimento é vilão, mocinho ou pode ser responsável pela obesidade do mundo. (Foto: Jamie Oliver)
Nenhum alimento é vilão, mocinho ou pode ser responsável pela obesidade do mundo. (Foto: Jamie Oliver)

Diminuir o consumo do carboidrato é a principal função da dieta Low Carb, que vem ganhando cada dia mais adeptos pelo resultado rápido na perda de peso. Apesar de parecer novidade, a dieta surgiu em 1970 com o famoso método do dr. Atkins, baseado inicialmente em carnes, ovos, bacon e gorduras saturadas.

A versão mais moderna da dieta Low Carb é focada no alto consumo de proteínas e restritas às gorduras saturadas. Coloca no carboidrato a responsabilidade pelo ganho de peso e, assim, massas e cereais devem ser restritos na alimentação.

A explicação é que o nutriente estimularia a secreção de insulina, que quando está alta, incentiva os estoques de gordura. Ou seja, para essa dieta, retirar o carboidrato diminui a insulina no corpo, favorecendo a queima de gordura e, consequentemente, o emagrecimento.

A dieta Low Carb é eficaz, a curto prazo. O emagrecimento não ocorre apenas pela restrição de carboidratos, a quantidade total de calorias ingeridas é a verdadeira responsável pelo emagrecimento. A restrição do carboidrato ou qualquer outro nutriente é entendido pelo corpo como uma agressão, e o corpo irá se defender diminuindo o metabolismo e aumentando o apetite — resultando em estagnação no peso ou/e ganho do peso perdido.

Prejuízos

O emagrecimento está relacionado com a reeducação alimentar, hábitos alimentares saudáveis e mudança no estilo de vida. Além do mais, a dieta demanda a retirada de alimentos tradicionais como pães, massas, cereais e leguminosas. O que certamente gerará frustrações.

A restrição de carboidratos na dieta pode ocasionar mal-estar, dor de cabeça e dificuldade de concentração. Tudo porque a glicose vinda dos carboidratos é a principal fonte de energia do cérebro. A pessoa que adere a essa dieta também pode ficar mal-humorada, uma vez que o carboidrato participa da produção de serotonina, o neurotransmissor que estimula o bom humor.

Nenhuma dieta restritiva é boa para o relacionamento com a comida. Nenhum alimento é vilão, mocinho ou pode ser responsável pelos níveis elevados de obesidade do mundo. O que se deve manter é um equilíbrio na alimentação e usar o bom senso, procurando aquilo que cada alimento guarda de melhor.

Orientações

O mais importante é que cada pessoa aprenda a comer adequando as escolhas alimentares às suas necessidades e estilo de vida. Sabendo a proporção que deve ser consumida de cada grupo alimentar, será mais fácil manter uma alimentação variada e saudável.

Evite alimentos industrializados, priorize alimentos in natura. Alimentos industrializados carregam consigo aditivos químicos e conservantes que prejudicam a saúde.

Variedade e prazer são as chaves para quem deseja fazer as pazes com o próprio corpo. Comendo um pouco de tudo, com equilíbrio e moderação, consegue-se controlar o peso e manter a saúde. Seu corpo merece atenção especial.

Juliana Gomes dos Santos
Nutricionista

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