Inspirados em quadros e paisagens, alguns jardins por onde passamos nos faz sentir dentro de uma deles. Mas há muitos jardins para conhecer, em busca de conforto e natureza.
A arquiteta, Caterina Poli, São Paulo, formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP), é uma das brasileiras mais renomadas da área e trabalha com paisagismo desde 1993. É conhecida por seus trabalhos com áreas externas e jardins verticais. Ela selecionou os 10 jardins mais bnitos para conhecer pelo mundo, incluindo no Brasil.
Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), a 60 km de Belo Horizonte.
O local é sede de um dos principais acervos de arte do Brasil. Os jardins são compostos, sobretudo, por plantas originárias da Mata Atlântica. São cerca de 4300 espécies, espalhadas por mais de 100 hectares. Cinco lagos ornamentais completam a área. “Sua exuberância tropical faz dele o jardim perfeito para uma galeria de arte ao ar livre”, diz Caterina Poli, justificando a escolha.
Fazenda Vargem Grande, de Areias (RJ).
O paisagismo do empreendimento é assinado pelo famoso paisagista Burle Marx e repleto de plantas que dividem espaço com quedas d’água. “O jardim expressa a perfeição do mestre Burle Marx: espelhos d’ água, pérgolados, muros de pedra e vegetação se fundem à paisagem da serra carioca”, descreve a paisagista Caterina Poli.
Jardins de Monet, em Giverny (França), a cerca de 75km de Paris.
As paisagens da cidade encantaram o pintor impressionista Claude Monet, que os eternizou durante o século 19. “É praticamente uma obra de arte viva, uma verdadeira pintura impressionista, este deve ser uma unanimidade entre os paisagistas de todo o mundo”, afirma Caterina Poli. Os jardins eram divididos em uma área próxima à casa e um segunda perto do lago. Arbustos dividem espaço com roseiras, macieiras, azaleias, framboesas, íris, tulipas, limoeiros, miosótis, dálias, girassóis e hortênsias, entre outras espécies.
High Line, em Nova York (EUA).
“O jardim surgiu do reaproveitamento inusitado da linha férrea elevada, com elementos construídos ultra contemporâneos, transformou uma área degradada em ponto de atração”, conta Caterina Poli.
Jardim de Majorelle, localizado em Marrakesh (Marrocos).
Jardim botânico com 12 hectares projetado pelo paisagista francês Jacques Majorelle. O jardim, além de espécies de pássaros raros, é formado por muitas fontes e cactos exuberantes. “Com seu azul intenso, jardim de cactos, suculentas e um toque eclético se tornou um jardim de estilo único, intenso. Ali se encontram as cinzas do estilista Yves Saint Laurent”, descreve a paisagista Caterina Poli.
Central Park, em Nova York (EUA).
Considerado um oásis no meio da selva de pedras, o parque – uma das locações mais presentes em filmes hollywoodianos – foi quase que inteiramente projetado: é formado por lagos artificiais, trilhas, pistas de patinação e campos com diversas espécies de plantas. “Destaca-se pelo impacto na paisagem da metrópole. Dá pra pensar em Nova York sem ele?”, Caterina Poli questiona.
Jardins do Chateau Villandry, na França.
Construído em 1536, durante o Renascimento, foi restaurado no início do século 20 e é composto por três jardins espalhados por terraços. “Dizem que seu detalhamento clássico supera Versailles e que a horta é maravilhosa. Parece um cenário de Alice no País das Maravilhas!”, afirma a paisagista Caterina Poli.
Parque Güell, em Barcelona, na Espanha.
Considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, o parque foi projetado por Eusebi Güell e Antoni Gaudi. “No trabalho em mosaico de azulejos é imperdível e a arquitetura orgânica Gaudi se funde ao relevo e à vegetação”, descreve Caterina Poli.
Jardins Generalife, em Granada (Espanha).
O Jardim é uma Vila com jardins construídos para servirem de ambiente de relaxamento. Em sua concepção, jardins ornamentais, hortos florestais e arquitetura se integram. “Seus pátios, fontes e espelhos d´água em estilo árabe até hoje inspiram o trabalho dos paisagistas”, justifica Caterina Poli.
Templo Ryõan-ji, em Kyoto (Japão).
Com 300 m2, é um jardim japonês sem árvores, formado apenas por 15 rochas irregulares e com tamanhos variáveis, das quais algumas são cobertas por musgos. A distribuição das pedras relaciona-se a lendas nipônicas. Segundo esse povo, elas foram distribuídas no espaço de forma que o visitante consiga ver, de qualquer ponto do jardim, 14 das 15 pedras. A última pedra só seria vista se a pessoa atingisse tal nível de meditação e pudesse vê-la com seu olho do meio. “O pátio interno minimalista é até hoje muito atual, prova de que às vezes ‘menos é mais’”, defende Caterina Poli.
Com informações de Casa