Quantas vezes você já se pegou "questionando" essa afirmação da palavra de Deus? Será que coopera mesmo? Deve ter se perguntado, em seus pensamentos, quando leu esse texto em Romanos 8.28 ou quando ouviu sobre esse tema.
É mesmo difícil acreditar nisso, especialmente quando passamos por problemas e adversidades. E eles são recorrentes em nossa vida. Mas o fato é que o apóstolo Paulo, que desferiu essa mensagem à igreja de Roma, sabia muito bem o que estava dizendo. Ele, que foi experimentado em todas as situações (Filipenses 4.13), podia sim atestar a veracidade desse texto.
Mas o que quero dizer aqui, é que muitas vezes paramos no início do versículo... Tudo coopera para o bem. Claro! O que desejamos é o bem. O que precisamos é o bem. O que oramos é para ter o bem. Mas como tudo pode cooperar para esse bem? Como entender isso, se nesse tudo estão incluídas as derrotas, as dores, as enfermidades, as perdas, o sofrimento, as separações, as privações, os julgamentos, os abandonos, as traições... Como tudo isso pode cooperar para o meu bem, perguntamos aflitos a Deus ou a alguém que buscamos em nossas aflições para nos ouvir e consolar?
O fato é que a mensagem não termina no “bem”. Ela continua: “...para o bem daqueles que amam a Deus e que são chamados segundo o seu propósito”. Veja que “tudo coopera (contribui conjuntamente) para o bem daqueles que amam a Deus”. Vou ficar nesse trecho, por enquanto.
Amar a Deus – algo que deve ser para sempre – é a razão para entendermos que tudo nessa vida é circunstancial.
Nada é perene nessa existência. Nenhuma situação é estável (ainda bem). Explico: precisamos dos altos e baixos, do medo e da coragem, do choro e do riso, da certeza e da dúvida, da alegria e da tristeza, da solidão e da companhia... Precisamos. (Aliás, Salomão já falava isso em seu provérbio 3, ao dizer que há tempo para todas as coisas). Porque sem um não entenderíamos o outro.
Adão e Eva tinham tudo à disposição, exceto o fruto da “árvore do bem e do mal”. Mas o que lhes trouxe interesse? Conhecer o mal, porque o bem eles não só conheciam como desfrutavam. Infelizmente, comer daquele fruto (desobedecendo a Deus) foi a forma (dolorosa) que encontraram de conhecer o mal. E com ele, a dor, o medo, a fuga, a desconfiança, a desavença, a morte!
Mas voltando para nossa mensagem. Tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus. O amor faz com que a gente entenda o que não seria possível entender caso esse sentimento não existisse.
Quando a gente ama, a gente entende até o ódio. Uns dizem que estes são sentimentos opostos, outros dizem que são paralelos e andam juntos. Não sei, sinceramente.
Mas sei que quando Paulo falou que “tudo coopera para o bem”, ele deu o motivo para isso: o amor a Deus.
Então, posso entender que meu amor a Deus me faz suportar tudo o que acontece em minha vida, me faz superar os dissabores e me dá oportunidades, me faz crescer e expandir o entendimento sobre as circunstâncias, me encoraja e me dá condições de enfrentar seja lá o que for preciso. Sim, o meu amor a Deus...
Paulo completa essa afirmação dizendo: “...para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo o seu propósito”.
Nunca, nada é em vão. Propósito é a intenção de Deus para conosco. Ter esse chamado é fazer parte de um plano de Deus; de algo que Ele pensou e executará em nossas vidas. Algo que talvez na circunstância a gente não entenda, mas que no final vai operar (com) para nos fazer viver o bem de Deus.
Então, ainda que tudo esteja mal, difícil, complicado, incerto, inseguro... “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Romanos 8.28 NVI)
- Adriana Bernardo é pastora, jornalista e presidente da Associação Brasileira de Mídias Evangélicas – ABME-SP
