
Não, dia 15 não irei para as ruas! Aliás, estarei em outra cidade, fora de São Paulo. Mas, concordo que é um direito democrático expressar nossa indignação, cobrar direitos, é legítimo e assegura a verdadeira democracia. Porém, com qual intuito, motivação, valor ou proposta irão caminhar, aqueles que dizem que tomarão as ruas?
Se for pela construção de um país mais justo e que urge uma reforma política constitucional! Se for por um programa de governo que reveja a estruturação da máquina pública, e que faça valer aos contribuintes os impostos pagos de maneira tão onerosa! Se for pela aspiração de uma nova sociedade brasileira, que pensa e vive com ética social, que reivindica o que lhe é de direito e cumpri o seu dever construtivamente sem corrupção! Se for por uma reforma agrária, reforma eleitoral, reforma jurídica e administrativa da nação? Então ficarei entristecido por não participar de uma marcha e o início de um grande processo histórico no Brasil.
Agora se a passeata for de cunho político, para destilar ódio por um partido A ou B! Para pregar o impeachment de quem quer que seja, (como se a saída de uma pessoa ou partido mudasse a condição estrutural da velha política), se for para quebrar bens públicos ou privados, lutar com policiais, levantar bandeiras ideológicas ou apenas fazer volume na multidão? Tô fora!
Não é a caminhada, é o que ela representa. Não é o protesto, é o que ele significa. E ao meu ver, muitos dizem querer protestar, mas poucos sabem porque estarão lá! Poucos compreendem as implicações e desdobramentos deste novo desafio.
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