De fato, vivemos em um mundo pluralizado, onde o fluxo de informações, culturas, valores e símbolos é contínuo e disperso. Em meio a essa realidade, frequentemente nos sentimos ansiosos e agitados, tomados por muitos pensamentos, problemas e ambições. O Natal, porém, é um momento oportuno para anunciarmos a mensagem do nascimento de Jesus Cristo e da promessa que se cumpriu para a salvação de toda a humanidade. Ao observarmos as Escrituras, podemos compreender o verdadeiro e profundo sentido do Natal.
No Evangelho de Lucas, encontramos um relato cuidadoso, organizado e fiel acerca de tudo o que aconteceu na vinda do Messias. Ele deixa claro que o que é anunciado não é fruto da imaginação, de mito ou de lenda, mas sim de fatos reais, testemunhados por aqueles que viram, ouviram e anunciaram a Palavra.
“Porquanto muitos já tentaram compilar um relato e pôr em ordem uma declaração daquelas coisas que certamente são cridas entre nós, conforme nos transmitiram os que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da Palavra. Pareceu-me bem também a mim, tendo perfeitamente compreendido todas as coisas desde o princípio, escrevê-las em ordem a ti, ó excelentíssimo Teófilo, para que possas conhecer a certeza das coisas nas quais tens sido instruído.” (Lucas 1:1-4 BKJ)
“Ó excelentíssimo Teófilo” provavelmente era uma pessoa de posição social elevada. “Teófilo é o amigo de Deus, aquele que ama a Deus e deseja conhecer a verdade da Sua Palavra”. Vemos a dedicação de Lucas em compartilhar a mensagem da salvação, algo que hoje também devemos fazer com o mesmo empenho e conhecimento.
Apesar de o Natal ter sido inserido no calendário em meio a uma cultura pagã, no contexto bíblico e cristão ele aponta para algo muito maior: a vinda de Cristo ao mundo, em cumprimento da promessa de Deus, como está escrito em Lucas 1:70:
“Como falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio do mundo.”
Assim, o Natal é o plano de Deus cumprido na história da humanidade para a salvação. Não é apenas a execução de um calendário, mas carrega um sentido verdadeiro e eterno. O Natal é o anúncio da verdade do nascimento de Jesus Cristo, o Filho de Deus, que veio ao mundo para trazer salvação, esperança e reconciliação com o Pai.
A palavra “Natal” vem do latim natalis, que significa “nascimento”. Sabemos que o dia 25 de dezembro não é, necessariamente, a data exata do nascimento de Jesus, mas o que celebramos como cristãos é uma verdade inegável: Jesus nasceu. E essa mensagem gera em nós fé e esperança.
Não se trata de um mito ou de uma lenda, mas de um acontecimento real, como declara a Palavra em Lucas 2:11:
“Porque vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.”
“Vos nasceu” porque Jesus veio para nós, veio para cada um de nós. Ele nasceu dentro de uma família, se fez carne, se humanizou. O Verbo se fez carne para nos revelar a tão grande salvação que Deus preparou.
O relato do nascimento de Jesus também nos apresenta a visita dos magos vindos do Oriente, guiados por uma estrela, conforme registrado em Mateus 2:1–2. Mesmo não pertencendo ao povo judeu, eles reconheceram que algo extraordinário havia acontecido. A estrela os conduziu até o lugar onde estava o Menino, revelando que o nascimento de Cristo era um sinal divino para todas as nações.
Ao chegarem, os magos se prostraram e o adoraram, oferecendo-lhe presentes: ouro, incenso e mirra (Mateus 2:11). Esses presentes apontam para quem Jesus é: o ouro reconhece Sua realeza; o incenso revela Sua divindade; e a mirra anuncia Sua humanidade e o sacrifício que Ele cumpriria. Desde o Seu nascimento, Cristo é revelado como Rei, Deus e Salvador.
Este é um tempo de celebrar ao Senhor e também de anunciar essa mensagem ao mundo, porque Jesus é a Luz do mundo, que nos tira das trevas e nos revela a glória de Deus. Os anjos louvaram, os pastores louvaram diante de tão grande bênção e salvação.
Como está escrito em Lucas 2:14:
“Glória a Deus nas alturas, e paz na terra, boa vontade para com os homens.”
Todos nós somos alvo desse amor e dessa graça.
O Natal é um momento de sentar em família, ao redor da mesa, para falar das maravilhas de Jesus, do Seu nascimento, e transmitir às gerações o plano tão maravilhoso que o Senhor realizou para o cumprimento da Sua promessa. É também lembrar que temos uma promessa maior, divina e espiritual, que só recebemos por meio de Cristo. É Ele quem nos garante essa promessa.
Precisamos nos lembrar de que a Igreja, o Corpo de Cristo, a comunidade de fé da qual fazemos parte, também é uma família. As Escrituras afirmam essa verdade ao declarar que, em Cristo, não somos mais estrangeiros nem forasteiros, mas membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo Jesus Cristo como a principal pedra angular (Efésios 2:19–20). Além disso, a Palavra nos ensina que fomos adotados por Deus como filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito da Sua vontade (Efésios 1:5), e que todos nós somos muitos membros, mas um só corpo em Cristo (Romanos 12:5).
Portanto, não devemos deixar de anunciar o nosso Salvador, nem perder a alegria de falar de Jesus e do Seu nascimento. Assim como Lucas, o médico amado, registrou esses fatos com o propósito de gerar fé e certeza, nós também somos chamados, neste tempo, a proclamar o nascimento de Jesus com alegria, fé e esperança.
Independentemente das circunstâncias que nos atravessam, a mensagem do nascimento de Jesus Cristo permanece sendo a maior de todos os tempos. Ela gera fé, renova a esperança e nos lembra de que Deus cumpriu a Sua promessa ao enviar o Seu Filho ao mundo para a nossa salvação.
Jesus nasceu. Ele é o nosso Salvador. Aleluia!
Feliz Natal!
Caroline Fontes é Bacharel em Teologia, com pós-graduação em Ciências da Religião. Também é formada em Pedagogia pela UERJ e pós-graduada em Neuropsicopedagogia pela FAMEESP. Reside no Rio de Janeiro, é casada com o Pr. Ediudson Fontes e mamãe do Calebe Fontes. Atualmente, é mestranda em Ciências da Religião pela UMESP, organizadora do livro devocional Chamadas para Florescer, diaconisa na Igreja Assembleia de Deus – Cidade Santa, e idealizadora do Clube de Leitura da Mulher Cristã – Enraizadas em Cristo.
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