A psicologia, a semeadura e terra fértil

A partir do momento em que acordamos passamos a semear, tanto na vida alheia quanto em nossa própria vida.

fonte: Guiame, Darci Lourenção

Atualizado: Quinta-feira, 18 Janeiro de 2024 as 3:01

(Foto: Pixabay)
(Foto: Pixabay)

Estava atendendo uma paciente em uma sessão de terapia, quando fiz uma declaração a ela, que decidi compartilhar aqui, por se tratar de algo que está em nosso comportamento, porém muitas vezes não nos atentamos para isso, que é o ato de semear.

Eu disse a ela: “Resolvi que nos meus dias eu vou semear; e o melhor é que a terra seja fértil”.

A partir do momento em que acordamos passamos a semear, tanto na vida alheia quanto em nossa própria vida. Semeamos “sementes” físicas, tangíveis, como um abraço, um beijo, um aperto de mão; ou imateriais, como um sorriso, uma palavra, um olhar... Seja como for, essas sementes estão à nossa disposição e devemos ter consciência delas.

Iniciamos o nosso dia com as mãos transbordando de sementes para serem “lançadas”. No entanto, precisamos ter conhecimento sobre elas e sobre os seus resultados. Também precisamos realizar este ato intencionalmente, para que possamos escolher as sementes antes de lançá-las, assim como a terra sobre a qual será depositada.

Quando eu decido, resolvo, lançar sementes, eu preciso ter em minha mente sobre que tipo ela será. Isso porque a semente sempre corresponderá, ou seja, frutificará o que está depositado dentro de si. A semente de laranja só poderá produzir laranjas. Se a semente que decidi lançar é o sorriso, o resultado estará vinculado a alegria, gratidão, gentileza, ou seja, sentimentos e atitudes que correspondam a este tipo de semente. Em Provérbios 15:13, o sábio rei Salomão disse: “O coração alegre aformoseia o rosto; mas pela dor do coração o espírito se abate.”

Outra atenção que preciso ter, é sobre o solo. Veja: a semente não frutificará, ou seja, não dará o resultado que potencialmente ofereceria, caso o solo onde tenha caído não seja fértil. Jesus deixou isso muito claro na Parábola do Semeador que se encontra nos Evangelhos de Mateus 13:1-23, Marcos 4:1-20 e Lucas 8:4-15.

Nessa parábola, um semeador lança sementes em diferentes tipos de solo. Elas caem em quatro tipos de solo: à beira do caminho, em solo rochoso, entre espinhos e em solo fértil. A mensagem de Jesus enfatiza o papel essencial da receptividade do coração à Palavra de Deus. O solo representa os corações das pessoas, e o resultado da semeadura varia de acordo com a disposição para receber e nutrir a mensagem divina. A parábola destaca a necessidade de ter um coração aberto para que a Palavra possa frutificar e crescer em nossas vidas.

A Bíblia oferece inúmeras outras orientações sobre o ato de semear. Em Gálatas 6:7, encontramos a advertência: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará." Aqui Paulo fala sobre a responsabilidade com a semeadura, indicando que nossas ações têm consequências, tanto na esfera terrena quanto na espiritual.

O psicólogo Viktor Frankl, em seu livro "Em Busca de Sentido", destaca: "A última das liberdades humanas é escolher a atitude em qualquer conjunto de circunstâncias." Podemos escolher semear positividade e esperança, mesmo quando enfrentamos desafios. Essa liberdade de escolha está diretamente ligada à capacidade de cultivar um solo emocional fértil em nossos corações.

Então, o ato da semeadura não apenas nos desafia a plantar sementes de virtude, mas também a cuidar do solo do coração, garantindo que seja fértil para o nosso florescimento integral.

O Pai ama você!

Darci Lourenção

Darci Lourenção é psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor”, “Viva sem compulsão” e “Devocional Minha Família no Altar”.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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