Esses dias saí do culto com um pensamento que não me larga: quero tocar o céu. Esse tem sido meu anseio há muito tempo. No entanto, ultimamente tenho refletido bastante sobre isso e decidi compartilhar alguns insights que acredito ter recebido de Deus.
Para alguém que não está familiarizado com a linguagem bíblica ou espiritual, tocar o Céu pode parecer algo utópico. Impossível até. Isso porque essa pessoa está raciocinando sobre essa expressão de forma literal, como se fosse alcançar fisicamente um lugar distante.
No entanto, na perspectiva bíblica, tocar o Céu não significa alcançá-lo com as mãos ou subir até ele fisicamente, mas alinhar o coração, a mente e a vida com a vontade de Deus. É sobre viver aqui na Terra com os olhos voltados para o Pai, permitindo que os valores do Reino influenciem nossas escolhas e transformem atitudes.
Quando temos esse coração, nossas atitudes se tornam capazes de romper barreiras que antes pareciam intransponíveis. Passamos a agir com fé, esperança e amor, mesmo diante das circunstâncias mais desafiadoras.
Esse alinhamento com o Céu nos dá força para perseverar, coragem para obedecer e sensibilidade para enxergar além do que é visível. E só então estamos aptos a receber mais e mais de Deus, tendo nossos valores focados no espiritual e em Sua própria vontate.
Ter o desejo de tocar o Céu é atender ao chamado de Jesus em Mateus 6:21: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.”
O coração humano sempre se orienta para aquilo que mais ama. Ter o coração no Céu é, portanto, uma decisão espiritual e diária: escolher colocar as coisas eternas acima das passageiras, permitindo que nossa esperança permaneça firmemente ancorada em Cristo.
Quando tocamos o Céu, nossas prioridades mudam. Passamos a ouvir mais atentamente a Deus, pois estamos focados em “Seu ambiente”. Ficamos mais dispostos a obedecê-Lo e disponíveis para cumprir Sua vontade, servir ao próximo com amor e viver de forma que reflita os valores do Reino.
Essa mudança não é apenas externa, mas começa no coração, transformando nossa maneira de pensar, agir e decidir.
Em vez de nos preocuparmos com as coisas passageiras desta vida, que consomem nosso tempo, energia e vitalidade, voltamos nosso coração para um relacionamento com o Espírito Santo, que se encarrega de nos suprir em tudo o que precisamos.
O apóstolo Paulo reforça essa verdade em Efésios 1:3, declarando que fomos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Isso significa que, quando nosso coração está no Céu, temos acesso às riquezas espirituais que Deus já disponibilizou para nós.
Ter o coração no Céu não significa desinteresse pela vida presente, mas viver com discernimento e propósito. É compreender que cada decisão, cada palavra e cada ato são oportunidades de expressar os valores do Reino de Deus.
Quando o coração está voltado para o alto, o trabalho cotidiano se transforma em ministério, o sofrimento em aprendizado e as alegrias em antecipação da glória futura.
Quando o coração está firmado no Céu, a vida ganha estabilidade mesmo em meio às tempestades. Passamos a compreender que a verdadeira pátria não é terrena, mas celestial (Filipenses 3:20).
Viver com o coração no Céu é cultivar diariamente uma comunhão viva com Deus, por meio da oração, da Palavra e da adoração.
Não é maravilhoso? Esse é o meu desejo ardente – e espero que seja o seu também. Vamos juntos tocar o Céu?
O Pai ama você.
Darci Lourenção (@pra_darci_lourencao) é psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor”, “Viva sem compulsão” e “Devocional Minha Família no Altar”.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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