Jacó Armínio é lembrado nos anais da História da Igreja como teólogo e pastor holandês que escreveu inúmeras obras, acumulando três grandes volumes defendendo uma forma evangélica de sinergismo contra o monergismo.
Armínio certamente não foi o primeiro sinergista na História do Cristianismo; todos os pais da Igreja, gregos dos primeiros séculos cristãos e muitos dos teólogos medievais católicos eram sinergista de algum tipo. A teologia arminiana foi, em princípio, suprimida nas Províncias Unidas, mas posteriormente disseminada para a Inglaterra e para as colônias americanas, principalmente através da influência de John Wesley e dos metodistas.
A influência de Armínio e da teologia arminiana é profunda e ampla na teologia protestante. O relacionamento de Jacó Armínio com o arminianismo deve ser tratado com a mesma intensidade que o relacionamento do João Calvino com o calvinismo.
A teologia arminiana que conhecemos não foi totalmente sistematizada durante a vida de Armínio. Após a sua morte, seus discípulos cristalizaram suas ideias em um panfleto o qual continha resumidamente, cinco pontos que rejeitavam o calvinismo rígido. Seus seguidores ficaram conhecidos como Remonstrante que significa protesto.
A teologia arminiana ensina que a salvação é oferecida a todos os homens (João 1:29; 3:16; 1 Timóteo 2:4; 4:10; Tito 2:11; Hebreus 2:9; 1 Pedro 3:9; 1 João 2:2 ). A obra salvífica de Jesus Cristo é a coluna central no templo da redenção. No plano da salvação, é Deus que toma iniciativa.
Deus por sua infinita bondade e justiça, enviou seu Filho unigênito à cruz a fim de suportar a penalidade total do pecado e de poder perdoar livremente e com justiça todos quantos corresponderem ao seu convite.
O sentido pelo que Cristo é o Salvador do mundo pode ser entendido assim: sua morte obteve para todos os homens um adiantamento na execução da sentença contra o pecado, espaço para arrependimento, e as bênçãos comuns da vida, as quais estes haviam perdido o direito por causa da transgressão; ela removeu da mente de Deus todo e qualquer obstáculo ao perdão do penitente e à restauração do pecador.
Por essa razão, a nossa compreensão a respeito da salvação deve começar pela compreensão de quem é que necessita da salvação e por que necessita dela. Paulo em Romanos 3:1, argumenta, mostrando que judeus, gentios e toda a humanidade estavam debaixo do pecado. Não havia sobrado nenhum justo.
Tanto gentios que viviam sem lei como judeus, que viviam debaixo da lei, encontravam-se na mesma situação espiritual: afastados de Deus. O mesmo apóstolo escreveu em Efésios 2:1-5, apresenta o mesmo argumento da raiz do problema espiritual do homem é inerente à sua própria natureza caída. Do nascimento à morte o homem está em inimizade e conflito com Deus. Por isso necessitamos da iniciativa da graça de Deus.
Continuaremos no próximo artigo.
Nota: O presente artigo, foi publicado no dia 22 de dezembro de 2016 para o concurso “Arminianismo Autêntico” no grupo do Facebook Arminianismo Autêntico, organizado pelos administradores Pastor e escritor Zwinglio Rodrigues, Pastor Dierfson e o Presbítero Carlos Couto. No dia 01 de janeiro de 2017, o texto foi escolhido como vencedor do concurso.
Ediudson Fontes é Pastor auxiliar da Assembleia de Deus – Ministério Cidade Santa no RJ. Bacharel em Teologia pela Fateos. Pós-graduação em Ciência das Religiões. Mestrado em Teologia Sistemática pela Fateos. Professor de Teologia, escritor e consultor teológico. Autor de “Panorama da Teologia”, Reforma Protestante e Pentecostalismo – A Conexão dos Cinco Solas e a Teologia Pentecostal e A Soteriologia na relação entre Arminianismo e Pentecostalismo (Editora Reflexão). Casado com Caroline Fontes e pai de Calebe Fontes.
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