Sabemos que a humanidade herdou as enfermidades por causa do pecado original (Romanos 5:12). Em consequência do pecado, todo nós enfrentamos a dura realidade chamada morte. Todavia, para aqueles que estão em Cristo Jesus, tem a garantia da vida eterna (João 14:1-3).
No Antigo Testamento, Deus promete aos israelitas o livramento das enfermidades (Êxodo 15:26; Deuteronômio 28:15 – 68; Jeremias 8:22). No Novo Testamento, o ministério terreno do Senhor Jesus Cristo foi marcado por cura divina. Essa característica era uma marca da Sua missão messiânica (Mateus 8:16 e 17). Segundo Stamps, o Senhor Jesus “demonstrou que está no coração, na natureza e no propósito de Deus curar todos os que estão enfermos e oprimidos pelo diabo” (STAMPS, 1995. Página 1402). Em Atos dos apóstolos, o Espírito Santo revestiu os apóstolos de poder para realizarem grandes acontecimentos na autoridade no nome de Jesus, e entre eles a cura divina (Atos 3: 6 – 9; 5: 1 -10; 9: 17,18; 33 – 41; 13: 8 – 11; 14: 8 -10; 16: 16 – 18; 20: 9, 10; 28: 3 – 5; 28: 7 – 9). Mas afinal, a cura divina é para os nossos dias? Sim, Deus continua curando em nossos dias. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus afirma que “cremos, professamos e ensinamos que a cura divina é um ato da soberania, graça e misericórdia divina, que, através do poder do Espírito Santo, restaura física e/ou emocionalmente aqueles que demonstram fé em Jesus Cristo.” (CGADB, 2017. Página 179). O Movimento Pentecostal sempre reconheceu o ato soberano de Deus na cura divina. Nunca ensinou que “podemos determinar ou colocar Deus na parede pra alcançarmos a cura”. Há aqueles que ensinam que tem que “barganhar com Deus” (dá uma oferta) para obter a cura. Isso não é bíblico e está fora da proposta do evangelho de Jesus Cristo. Os mercadores da fé ignoram a oração do Pai Nosso (Mateus 6: 9 – 13).
A cura divina foi oferecida na cruz do Calvário. Os teólogos Menzies e Horton afirmam que “a expiação efetuada por Cristo, no Calvário, não somente foi quebrada a maldição do pecado, mas também foi providenciado o livramento das enfermidades por ele trazidas.” (MENZIES e HORTON, 2006. Página 162). Deus não mudou, continua sendo mesmo ontem, hoje e sempre (Hebreus 13:8). Com a atualidade da cura divina, devemos ignorar a medicina? A resposta é não! Toda ciência vem Deus e tem como objetivo trazer benefícios aos humanos. O próprio Senhor Jesus fez menção dos médicos (Mateus 9:12). Muitos filhos de Deus já passaram por cirurgias ou tratamentos de médicos, nem por isso deixaram que ser “menos crentes” ou “crentes de fé pequena”. Deus proporcionou esse conhecimento aos profissionais de saúde para o bem da humanidade. Isso não limita a glória de Deus. Pelo contrário, Deus é glorificado em todo momento de nossas vidas. Se o salvo em Cristo foi curado pela medicação ou ato cirúrgico? Glória a Deus! Se outro irmão em Cristo foi curado pela cura divina? Glória a Deus!
A ciência é benéfica e esta a disposição da humanidade. Cabe à Igreja do Senhor Jesus não ignorar, mas utilizar em seu favor. E ao mesmo tempo, não esquecer que o Senhor Jesus continua curando em nossos dias.
Bibliografias
CGADB. Convenção das Assembleias de Deus no Brasil. Esequias Soares da Silva (org). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro. Editora CPAD. 2017.
MENZIES, William W. e Stanley Horton. Doutrina Bíblica – Os Fundamentos da Nossa Fé. Rio de Janeiro. Editora CPAD. 2006.
STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro. Editora CPAD. 1995.
Ediudson Fontes é Pastor auxiliar da Assembleia de Deus – Ministério Cidade Santa no RJ. Bacharel em Teologia pela Fateos. Pós-graduação em Ciência das Religiões. Mestrado em Teologia Sistemática pela Fateos. Professor de Teologia, escritor e consultor teológico. Autor de “Panorama da Teologia”, Reforma Protestante e Pentecostalismo – A Conexão dos Cinco Solas e a Teologia Pentecostal e A Soteriologia na relação entre Arminianismo e Pentecostalismo (Editora Reflexão). Casado com Caroline Fontes e pai de Calebe Fontes.
*O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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