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O Arminianismo e a Obra Missionária

A obra missionária não é uma invenção do Cristianismo, mas um projeto que nasceu no coração de Deus.

fonte: Guiame, Ediudson Fontes

Atualizado: Terça-feira, 25 Abril de 2023 as 3:43

(Foto: Unsplash/Clay Banks)
(Foto: Unsplash/Clay Banks)

As Escrituras são claras na demonstração do caráter e propósito de Deus com as nações. Em Salmos 22:28 diz: “pois do Senhor é o reino; ele governa as nações. (Bíblia Online – NVI). Outro capítulo de Salmos 117:1, corrobora com essa expressão, declarando que “louvem o Senhor, todos os gentios; que todos os povos o louvem!” (Bíblia Online – NAA). Entre essas e outras referências, ensina que Deus é o Senhor das nações.

A obra missionária não é uma invenção do Cristianismo. Mas é um projeto que nasceu no coração de Deus. No Antigo Testamento, Deus levanta a nação israelita para essa missão. Segundo teólogo Abraão de Almeida, “o Senhor prometeu dar a terra de Canaã em herança eterna à família de Abraão, como base de seu futuro trabalho missionário mundial.” (ALMEIDA, 2017, p.15). A nação de Israel surge para realizar os propósitos de Deus: mostrar para as nações que o SENHOR de Israel é o Deus verdadeiro e apresentar ao mundo o Messias (Jesus Cristo). No Novo Testamento, o Senhor Jesus Cristo comissionou a Sua Igreja a pregar o Evangelho para as nações (Mateus 28:19-20; Marcos 16:15; Atos 1:8).

A Teologia Arminiana considera o valor da obra missionária à luz dos ensinos bíblicos ordenados por Jesus Cristo, e seguido pelos apóstolos.

Sendo assim, podemos citar o que disse o exímio teólogo Jacó Armínio, “Deus levou toda raça humana à graça da reconciliação, e entrou em um concerto de graça com Adão e com toda a sua posteridade, em que Ele prometeu a remissão de todos os pecados” (ARMÍNIO, 2015. Página 290). Segundo o teólogo holandês, a expiação de Cristo Jesus é oferecida para todos e cada indivíduo. A graça de Deus não é seletiva. Mas é abrangente para todos os humanos. Corroborando com Armínio, John Wesley no seu Sermão “Graça Livre”, afirmou que “uma clara prova de que Cristo morreu, não somente por aqueles que são salvos, mas também por aqueles que perecem: Ele é ‘o Salvador do mundo’ (Romanos 4:42)” (WESLEY, Sermão). O fundador do Metodismo está argumentando que a salvação não está limitada a um “grupo de pessoas”. Desta forma, enxergarmos que o sacrifício de Jesus Cristo envolve a todos.

Ainda quero ressaltar dois pontos, que comprovam a relevância do trabalho missionário na perspectiva da Teologia Arminiana: (1) Arminianismo defende a expiação ilimitada. A salvação é oferecida para todos (João 3:16; 1 Timóteo 2:4). Logo, a lógica salvífica se encaixa na proposta missionária. (2) A pregação do evangelho é para todos. Nessa base, o arminianismo não faz distinção do “eleito e não eleito”. Portanto, a Teologia Arminiana ensina que a pregação do Evangelho é para todos, porque Jesus Cristo morreu por todos.

Referências bibliográficas:

ALMEIDA, Abraão de. Manual da Profecia Bíblica. Rio de Janeiro. CPAD. 2017.

ARMÍNIO, Jacó. As Obras de Armínio – Volume 1. Rio de Janeiro. CPAD. 2015.

Bíblia Online - NAA

Bíblia Online – NVI

WESLEY, John. Sermões de John Wesley. Graça Livre. São Paulo. 2006. IN: COUTO, Vinicius. Em favor do Arminianismo-Wesleyano – Um estudo bíblico, teológico e exegético de sua relevância na contemporaneidade. São Paulo. Editora Reflexão. 2016.

Ediudson Fontes é Pastor auxiliar da Assembleia de Deus – Ministério Cidade Santa no RJ. Teólogo. Pós-graduação em Ciência das Religiões. Mestrado em Teologia Sistemática. Professor de Teologia, autor das obras: “Panorama da Teologia Arminiana”, “Reforma Protestante e Pentecostalismo – A Conexão dos Cinco Solas e a Teologia Pentecostal” e “A Soteriologia na relação entre Arminianismo e Pentecostalismo”, todos publicados pela Editora Reflexão. Casado com Caroline Fontes e pai de Calebe Fontes.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Arminianismo e o Livre-Arbítrio Libertário

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