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Pentecostalismo no Uruguai: Chamas que não se apagam

Os primeiros missionários chegaram principalmente da Assembleia de Deus e de denominações pentecostais dos países vizinhos, como o Brasil e a Argentina.

fonte: Guiame, Ediudson Fontes

Atualizado: Terça-feira, 24 Junho de 2025 as 3:01

(Imagem ilustrativa gerada por IA)
(Imagem ilustrativa gerada por IA)

Iniciamos o texto para falar sobre a chegada do Pentecostalismo no Uruguai. O Pentecostalismo chegou ao Uruguai de maneira silenciosa, mas profundamente transformadora. Nos primeiros anos do século XX, uma chama fervorosa, que ardia nas igrejas dos Estados Unidos e de outros países da América Latina, começou a atravessar as fronteiras.

Em meio a uma sociedade caracterizada pela forte laicidade e por uma tradição religiosa marcada pelo catolicismo nominal, os missionários pentecostais desembarcaram com uma mensagem que desafiava os moldes religiosos e sociais da época.

Os primeiros missionários vieram principalmente da Assembleia de Deus e de outras denominações pentecostais que estavam espalhadas por países vizinhos, como o Brasil e a Argentina.

A chegada desses pioneiros ao Uruguai aconteceu de forma gradual, no final da década de 1940 e início da de 1950. As condições de vida eram duras, e o cenário espiritual representava um campo pouco fértil para a semente do Evangelho vibrante e carismático.

Em uma época em que a religião era algo mais institucionalizado e distante das necessidades espirituais e emocionais do povo, os missionários pentecostais trouxeram uma proposta completamente diferente: uma experiência pessoal e imediata com o Espírito Santo, marcada pela fé vibrante, pela oração fervorosa, pelos milagres e, principalmente, pela manifestação dos dons espirituais, como o falar em línguas, a cura e a profecia.

Essa forma de vivenciar o cristianismo conquistou, aos poucos, os corações de pessoas que, cansadas da frieza e do ritualismo da religião oficial, passaram a se engajar nesse movimento.

As igrejas iniciais eram simples, com pequenos cultos realizados em casas ou prédios alugados. As reuniões eram marcadas por oração, louvores e uma ardente expectativa pelo mover do Espírito.

Nessa época, os missionários enfrentaram imensos desafios, como a resistência cultural, as dificuldades financeiras e até mesmo o ceticismo popular. No entanto, movidos por uma visão de avivamento e pela convicção de que o poder de Deus estava disponível para todos, os primeiros pastores pentecostais no Uruguai seguiram firmes, sem desânimo, crendo que a palavra do Senhor não voltaria vazia.

Esses pioneiros, muitos deles provenientes do Brasil, onde o movimento pentecostal já estava mais consolidado, implantaram as primeiras igrejas pentecostais no Uruguai. Com o tempo, o movimento foi crescendo e se espalhando por diversas cidades, incluindo Montevidéu, onde, atualmente, se concentra uma boa parte das congregações.

Referências bibliográficas:

GONZÁLEZ, Ondina E.; GONZÁLEZ, Justo L. Cristianismo en América Latina: Una historia. Nashville: Abingdon Press, 2008.

SEMÁN, Ernesto. Sentir el Espíritu: Pentecostalismo en América Latina. Buenos Aires: Siglo XXI Editores, 2006.

BERGUNDER, Michael; DROOGERS, André; VAN DER VEER, Peter (orgs.). Pentecostalism and Globalization: Encounters of Faith, Knowledge and Power. London: Routledge, 2010.

 

Ediudson Fontes (@ediudsonfontes) é Pastor auxiliar da Assembleia de Deus – Ministério Cidade Santa no RJ. Teólogo. Pós-graduação em Ciência da Religião. Cursando Mestrado em Teologia Sistemática Pastoral na PUC-RJ. Professor de Teologia, autor das obras: “Panorama da Teologia Arminiana”, “Reforma Protestante e Pentecostalismo – A Conexão dos Cinco Solas e a Teologia Pentecostal” e “A Soteriologia na relação entre Arminianismo e Pentecostalismo”, todos publicados pela Editora Reflexão. Casado com Caroline Fontes e pai de Calebe Fontes.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Pentecostes: essa história é a nossa história

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