Oração no monte toda semana. Vigília todo mês. Oração toda madrugada. Jejum toda quinzena. Abstinência de prazeres. Tudo isso pode ser bom e importante, mas não passa nem perto da fonte que proporciona unção no ministério.
Os cursos de teologia se multiplicam. Os cursos de especialização crescem. Seminários, simpósios, congressos e encontros se sucedem. Ensino a distância e por correspondência pipocam. Mas também não são a fonte para se ter unção.
Livrarias lotadas. Livros e mais livros sendo lançados diariamente, devocionais, teológicos, de auto-ajuda, de todos os tipos, tamanhos e preços. Bíblias sem fim são apresentadas, para mulher, homem, casal, adolescente, empresário. Mas, mesmo as Bíblias, quando tratadas apenas como objetos de estratégias de marketing, passam longe, junto com toda essa onda de livros, de ser fonte de unção.
Então, o que vemos? Uma produção louca de desempenhos tentando aparentar unção. É a fogueira santa, o manto sagrado, o sal grosso, os óleos, os gritos e gritinhos, os pulos e pulinhos, as quebras e decretações, os risos e rugidos, as quedas e alucinações. Tudo produzindo confusão, dúvida e escândalo, menos unção.
Por que a crise? Porque o sacerdócio no lar vem capengando faz tempo, muito tempo. Ficou fácil atribuir os insucessos entre marido, esposa e filhos à igreja. Via de regra, dizem os envolvidos, a culpa é do pastor. Simples assim. Pois ao se afirmar como verdade que a culpa dos fracassos na minha casa é de responsabilidade do pastor, ela, a culpa, já não é minha. Iludido e iludindo, vou acreditando na minha infeliz mentira e sigo vivendo uma vida medíocre. E sem unção.
O que o atual frágil e enfermo sacerdócio no lar tem a ver com a falta de unção? Tudo. A primeira carta de Pedro, capítulo três e versículo sete faz uma afirmação que deveria provocar uma total mudança no relacionamento de todo casal: Igualmente, vós, maridos, cohabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus coherdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações.
Em outras palavras, qualquer bom desempenho público secará por falta de unção verdadeira, não fabricada por habilidades humanas. Sempre que a relação matrimonial for violentada nas demandas espirituais e afetivas para as quais Deus a criou, haverá falta de unção. Não importam os sacrifícios públicos, montes, vigílias, jejuns, ofertas, a falta de amor e respeito entre cônjuges, diz Pedro, impede as orações.
Deus ama tanto a sua ideia de família que fez dela a fonte da nossa unção. É no coração da família que precisamos encontrar prazer, alegria e realização. Pois é somente a partir daí que a comunicação espiritual fica plenamente estabelecida, trazendo unção genuína para a palavra, o testemunho e a oração. Deve ser por tudo isso que desde sempre ouvimos o antigo e correto ditado: Famílias fortes, igrejas fortes.
Paz!
Pr. Edmilson Mendes
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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