Gosto de ler. Muito. Raras são as leituras que evito, umas por questões filosóficas, outras por simplesmente não gostar, e outras por serem baixas mesmo, como as frases escritas nas portas dos banheiros masculinos, por exemplo.
O título deste texto foi um destes casos. Li neste final de semana num posto de estrada, indo para Ribeirão Preto. A frase estava escrita em letras garrafais, provavelmente com um daqueles pincéis atômicos. Não tinha como não ler.
A primeira reação foi de desprezo. Era só mais uma frase. Apenas letras e palavras emporcalhando mais uma porta de banheiro masculino. Pensava na motivação e na raiva de quem escreveu, até que ponderei as realidades contidas na frase. Verdades que, desconfio, quem escreveu não deve ter uma mínima noção que existam e sejam mais teológicas, profundas e necessárias do que se possa pensar.
Arma dos fracos. Talvez o mundo esteja como está por conta da autossuficiência que julga ter. Vivemos numa sociedade que valoriza, foca, investe e dá valor para os considerados fortes. Você precisa ser o melhor, o mais belo, precisa ter o mais caro, precisa vencer as disputas que entra, tem que ganhar e conquistar mais, não pode falhar. Vivemos numa ciranda de competições sem fim, sem nada de partilha, perdão ou comunhão, essas coisas de gente fraca.
Paulo, apóstolo, já na sua época captou e sintetizou bem a ideia: “... Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes”, I Coríntios 1:27. “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte”. II Coríntios 12:10.
Na compreensão de Paulo a Palavra revelada era sim uma arma para suas fraquezas, pois nela encontrava forças, perdão, esperança e segurança para enfrentar ataques, calúnias, perseguições, afrontas, além de ameaças físicas, espirituais e psicológicas.
Arma dos ignorantes. Em relação a tudo que não sabemos ou desconhecemos, somos ignorantes. E quem poderia dizer que não é? Deus ficou ouvindo lamentos e discursos a respeito dos conhecimentos humanos por trinta e sete capítulos no livro de Jó, até que no capítulo trinta e oito Deus toma a palavra e começa a responder, porém respondeu com perguntas que escancararam a ignorância evidente para os limites do conhecimento humano.
Se formos humildes, quanto mais aprendermos, sempre chegaremos na mesma conclusão do filósofo: “Só sei que nada sei”. Ignorância não é um defeito, é antes uma fonte que nos leva para os mais complexos questionamentos: De onde vim? Quem sou eu? Para onde vou? Existe vida após a morte?
Em minha vida encontrei as melhores respostas na Bíblia, a arma dos ignorantes, e também na boa ciência. Ciência que não compete com as narrativas bíblicas, pelo contrário, tem trazido mais e mais luz aos milenares textos bíblicos.
Em minhas fraquezas e ignorâncias tenho encontrado uma luz para iluminar meus caminhos, a Palavra inspirada de Deus. E cada um procura socorrer suas próprias fraquezas e ignorâncias como acha melhor. O fato é que seja qual for a escolha, será necessário a fé, até mesmo para descrer. Eu, pessoalmente, creio na Palavra que O revela, e tenho recebido dEle força, proteção e instrução para minha vida. E isso, com todo o respeito, só os fracos vão entender.
Paz!
- Edmilson Mendes
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