Eu quero alguém para me matar.

Eu quero alguém para me matar.

Atualizado: Segunda-feira, 18 Julho de 2011 as 1:03

O presidiário Wellington ouviu o pedido acima da advogada Giovana Mathias Manzano, 35 anos. O teor da reportagem tenta explicar os motivos. Primeiro ela descobriu que era adotada. Depois veio o divórcio, o qual jamais aceitou. Crises e mais crises de depressão. Em 2010 prestou concurso para a polícia. Na época, rezou assim: Se for pra me reprovar no exame físico, nem me passe no escrito. Na prova escrita, passou, na física, reprovou. Como resultado jogou no lixo imagens religiosas e com uma overdose de remédios tentou se matar. A reza mudou: Não acredito mais em Deus.

Por esses dias ela conseguiu o que queria. Num canavial conseguiu ser planejadamente assassinada. A carta que deixou, escrita de próprio punho, revela a sede e o desespero de quem não conseguiu conhecer a beleza da vida na própria vida: Mãe, adeus, finalmente consegui o que queria. Tios, tias e primos amo vocês. Isso era tudo o que eu queria. Eu quis isso, não aguento mais sofrer. Di, te amo, sinto sua falta. Luninha, você é incrível. Não aguentava mais ser forte. Desculpe. Vou tentar ser feliz. Mãe, saiba que a decisão foi minha e você sabe quanto eu a queria. Família, amo todos vocês, espero que entendam. Beijos.

Uma das palavras que pode explicar a tragédia desta história é a palavra rejeição. A rejeição machuca, tritura, mata. Somos impotentes para arriscar qualquer juízo. No entanto, amadurecer nossos valores é possível. Para o amor fomos chamados. Compreender, aconselhar, ajudar, perdoar, ouvir, estender a mão e abraçar, são gestos que cabem em toda língua e cultura. Apenas não demore demais para amar. O bem precisa ser praticado hoje, aqui onde estou, aí onde você está. Depois que meus pais partirem, meus amados, meus filhos, minha esposa, eu mesmo, aí tudo se resumirá a lembranças e saudades, que poderão ter a marca do arrependimento ou da gratidão. Tudo vai depender da decisão de amar ou não.

A Giovana não suportou a vida vivida em sua vida e procurou alguém para matá-la. A morte, aprendemos, é certa. Nossa procura deve ser por alguém que possa nos ressuscitar. Para Maria, irmã de Lázaro, Jesus afirmou que Ele pode: Eu sou a ressurreição e a vida. Que bom, que alívio, que consolo. Ele rejeita pecados mas não rejeita pecadores. Em Jesus a rejeição torna-se aceitação e transformação. Experimente, a vida agradece.

Paz!

Pr. Edmilson Mendes

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: ''Adolescência Virtual'', ''Por que esta geração não acorda?'', ''Caminhos'' e ''Aliança''.

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