Palavras entram e saem de moda a cada época. Atualmente, para onde se olhar, seja o discurso que se ouvir, a palavra sustentabilidade marcará presença. Muitos a usam apenas como papagaios humanos, afinal, sustentabilidade é palavra que evoca modernidade e consciência, fica bem falar dela e sobre ela. Outros, de fato, quando falam carregam legítimas preocupações e interesses pelos ambientes que defendem e habitam.
Numa rápida e simples explicação, sustentabilidade é prover o melhor para as pessoas e para o ambiente, tanto agora como para o futuro. Conforme descrito no Relatório de Brundtland, sustentabilidade significa suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas.
Ainda que a palavra não estivesse na moda há dois mil anos, sustentabilidade já se mostrava no modus operandi dos primeiros cristãos. É um exercício difícil para a imaginação, mas tente respirar o clima que a igreja primitiva respirava. Domínio romano, judaísmo radical não querendo nem ouvir a respeito de Jesus como o Messias, deuses gregos influenciando o modo de pensar e agir, preconceitos, perseguições. Não era, não é e nunca será fácil ser cristão. Porém, contra toda a lógica da vingança, o fundador do cristianismo insistiu claramente para que seus seguidores amassem o próximo, fizessem o bem até a inimigos, perdoassem, enfim, fossem agentes influenciadores para uma sociedade melhor.
Em outras palavras, a proposta de vida cristã acaba por gerar sustentabilidade, pois quer o melhor para as pessoas e para os ambientes, potencializando vida saudável para cada geração que, por sua vez, comunica tal herança para a geração posterior.
Ou não? Basta observar e admitir. O cristianismo não precisou de leis para compreender que o abster-se de fumo, álcool, drogas, prostituição e todo tipo de vício é altamente eficaz para se viver uma boa vida. O mandato cultural para cuidar da terra já se encontra no primeiro livro da Bíblia, logo na narrativa da criação.
As escrituras mostram que sustentabilidade é conceito antigo. Leis e decretos podem até ajudar, mas não resolvem. Somente uma consciência voluntária e comprometida com a vida entende a necessidade de espalhar e viver o amor, única alternativa para a sustentabilidade desejada por tantos agredidos corações. Ide e pregai. A igreja primitiva foi e pregou. Por isso o evangelho se sustenta até aqui.