Impossível não gostar de ser pai. Não, pera...

Poderia escrever uma Wikipédia só com histórias que vivi e escrevi com meus filhos.

fonte: Guiame, Edmilson Ferreira Mendes

Atualizado: Quinta-feira, 15 Agosto de 2019 as 11:53

(Foto: Facebook)
(Foto: Facebook)

Sou absurdamente apaixonado por meus filhos. Tenho dois. Um menino e uma menina. São dois mundos totalmente diferentes. Ele e ela tem características muito marcantes, inconfundíveis nos traços tanto exteriores quanto interiores. Como típicos filhos que são, a famosa pergunta nunca faltou por parte de ambos: “Pai, quem de nós você ama mais?”. Minha resposta sempre foi a mesma para ambos: “Minha menina que mais amo é você, e meu menino que mais amo é você!”

Desde o momento que a Re falou pela primeira vez a frase que muda tudo, “tô grávida!”, comecei a viver intensamente cada momento, transformação, mudança, desenvolvimento, descoberta, amadurecimento. Poderia escrever uma Wikipédia só com histórias que vivi e escrevi com meus filhos. Só de escrever me emociono e me encho de saudades de tanta coisa boa que aconteceu e continua acontecendo com a gente.

No último Dia dos Pais passamos o dia juntos. E passamos com mais emoções ainda, afinal lá estava meu pai com seus 86 anos, lúcido, forte, bom papo, ensinando apenas com sua presença e atitude. Na outra ponta estava o Théo, meu neto com quase dois aninhos, filho do meu filho, começando a entender a beleza destes encontros na bagunça saudável de uma família barulhenta como a minha!

Foi então que pensei: Como é bom ser pai, quanto privilégio, como amo essa posição que Deus concedeu a mim! Impossível não gostar... Ops, aí parei e repensei. Infelizmente tem homens que não curtem tanto, que não vibram tanto, que agem de forma indiferente sobre o fato da vida ter dado a eles a oportunidade de serem pais.

Comecei olhar pra tantos olhinhos de adolescentes para os quais tenho tido o prazer de poder pregar e ministrar o evangelho, olhinhos que denunciam a carência e o desejo de viver aventuras ao lado de seu pai humano, de receber afeto, disciplina, exemplo, conselho, cuidado, proteção e amor de uma figura fundamental para sua formação, mas que vive distante da realidade que se sonha.

Lembrei da fala que certa vez me contou meu filho. Numa roda de amigos quando ele iniciava seus passos na adolescência, um garoto perguntou pra turma, quem é seu melhor amigo?, um a um foi respondendo, até que chegou no meu filho e ele disse: “meu melhor amigo é meu pai!”. Zoaram dele por causa da resposta. Ele, quanto orgulho!, continuou firme na sua resposta. Depois, em particular, um dos amigos o procurou e lhe disse reservadamente: “cara, que legal que seu pai é seu amigo, eu queria do meu pai pelo menos que ele me desse um soco...” Entendeu?

Amo ser pai. E quero encorajar vocês, filhos que não recebem o devido amor e cuidado dos vossos pais, quando chegar a vez de vocês, sejam os pais que gostariam que os vossos fossem. E não desistam de esperar por uma transformação. Orem pelos pais de vocês. Ainda que tarde, milagres e bênçãos podem acontecer no relacionamento de vocês. E, acima de tudo, lembrem-se sempre das palavras de Jesus no evangelho de João: “Na casa do meu Pai tem muitas moradas...”. Ou seja, todos somos filhos do mesmo Pai, através de Cristo podemos ter acesso a Ele e morarmos com Ele. Talvez seja por isso que amo ser pai, antes de mim, de forma perfeita e única, Ele já tem demonstrado que ama ser nosso Aba, nosso papai, eterno redentor, salvador e senhor.

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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