Melhor que sacrifício

Já não precisamos oferecer um sacrifício, tão somente precisamos aceitar o sacrifício feito por nós naquela cruz.

fonte: Guiame, Edmilson Ferreira Mendes

Atualizado: Quinta-feira, 17 Setembro de 2020 as 2:43

(Foto: Getty)
(Foto: Getty)

A história do povo hebreu é marcada por muitos eventos, rituais e liturgias, todos preenchidos por variados sacrifícios, cada um com seu significado e valor, cada um marcando a importância de uma data, de um dever, de uma forma para se alcançar um perdão, um pacto, uma aliança.

Principalmente no velho testamento muitos exemplos podem ser estudados. Em Cristo, no entanto, cessam os sacrifícios como até então eram conhecidos. Jesus passa a ser o único sacrifício, definitivo e suficiente. Neste caso, já não precisamos oferecer um sacrifício, tão somente precisamos aceitar o sacrifício feito por nós naquela cruz.

A palavra, no entanto, continua entre o povo de Deus, agora renovada e aprofundada em significado. Na nova aliança oferecemos sacrifícios de louvor e adoração de forma integral através de nossas vidas, oferecendo, como bem explicado na linguagem de Paulo, nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.

Sendo assim, qual o melhor sacrifício? Se é de forma integral, se é através do meu corpo, como exatamente posso oferecer um sacrifício que seja agradável? Ir à igreja, é bom. Ter um grupo de comunhão, é bom. Compartilhar junto a um pequeno grupo de estudo da palavra, é bom. Cantar e tocar músicas ao Eterno, é bom. Pregar as escrituras, é bom. Ofertar de coração, é bom. Votar e cumprir os votos ao Senhor, é bom. Sem dúvida, tudo isso faz parte de sacrifícios agradáveis ao Senhor, mas nenhum deles pode receber o título de “melhor”.

Provérbios 21:3, no Velho Testamento, portanto em plena vigência de rituais repletos de sacrifícios, através da sabedoria de seu autor já compreendia qual atitude era mais aceitável aos olhos do Deus: “Fazer o que é justo e certo é mais aceitável ao Senhor do que oferecer sacrifícios.” Repare que, independentemente da forma e do tempo, sacrifícios continuam tendo seu valor e importância, o destaque que o texto faz é no sentido de mostrar o que é mais aceitável: tudo o que é justo, tudo que é certo.

Mais que rituais perfeitos e ofertas caras, o que o Senhor busca são homens e mulheres que pratiquem o que é justo, façam o que é certo. Em duas palavras: bom caráter. Gente decente agrada mais ao Senhor do que gente que sabe conduzir sacrifícios aparentemente perfeitos, daqueles que impressionam audiências. E gente decente somente Deus é capaz de definir sem engano, sem risco. Pois somente Ele é capaz de ver, de examinar, de sondar pensamentos e intenções do coração.

Seu coração é o melhor altar que você pode dedicar ao Senhor. Cuide do coração, das emoções, dos desejos, dos pensamentos. Seja vigilante no sentido de impedir a entrada de tudo que é injusto e errado em sua rotina. Nos textos judaicos encontramos o seguinte pensamento: “Somente com sacrifício é que se atinge o conhecimento”, aqui, o termo “sacrifício” indica uma vida dedicada a estudar, aprender e praticar os preceitos eternos, exatamente a dica de provérbios, que é fazer do conselho bíblico sua forma de conduta, alcançando assim, aos olhos do Pai, um testemunho melhor que qualquer sacrifício.

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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