“Eu clamo ao Senhor; em alta voz falo com Deus, procurando a Sua ajuda. Estou cercado de problemas, e por isso peço ajuda ao Senhor. Oro a Ele noite adentro sem parar! Para mim não haverá alegria, até que Deus me tire desta situação difícil.” Salmo 77:1-3, Bíblia Viva.
Caso você nunca tenha passado por situação semelhante a do salmista, parabéns! Eu já passei. E passei vezes sem conta. Foram tantas as vezes que a cada situação concluída, a cada sofrimento findado, a cada doença curada, a cada batalha vencida, enfim, a cada lição de vida terminada, sempre perguntei e continuo perguntando a Deus o que virá e, mais importante, se estou preparado para o que virá?
Antes que você pergunte, não, Ele nunca me respondeu! Pelo menos não respondeu imediatamente como infantilmente muitas vezes queremos. Simplesmente Ele me conduziu para as provas, as turbulências, os desafios e, algumas vezes, até para o olho do furacão. Acabei aprendendo que se Ele pessoalmente as vezes me leva, outras vezes tão somente permite, significa que sim, estou minimamente preparado.
Digo “minimamente” porque em meio ao calor, pressão e tensão das provas aprendi grandes lições que ainda não sabia. Lições que de outra forma certamente não teria aprendido. Lições que me fizeram vencer velhos erros, colocando-me na única posição que me cabe, que foi feita com meu número exato, a posição de discípulo, de servo, de eterno aprendiz.
Então nos sofrimentos eu levo uma vida tipo sala de aula, aprendendo e fazendo os deveres de casa? Definitivamente não. Nos dramas da minha vida eu me encaixo como uma luva no clamor emocionado, desesperado e sofredor do Salmo 77. Mesmo com os pés vacilantes e os pensamentos confusos por tantas interrogações produzidas pelos sofrimentos, confiar no Senhor tem sido meu mais forte e seguro refúgio.
E por que confio? Porque “fico lembrando os velhos tempos, coisas gostosas que aconteceram no passado. Lembro as canções alegres que eu cantava à noite. Penso muito, examinando meu espírito.” Salmo 77:5 e 6, BV. Percebeu? Como o salmista, tive, tenho e terei, no Senhor, lembranças para trazer a memória, lembranças que produzem esperança.
Este é o ponto. Aqui está “o umbigo da alma”. Quem usou esta expressão foi o psiquiatra Viktor Frankl, quando afirmou que assim como o cordão umbilical indica que nosso corpo veio de outro corpo físico, cada ser humano tem uma dimensão dentro de si que o liga a outro ser. Ou seja, nossa consciência com todas as maravilhas inexploradas e misteriosas do pensamento está intimamente ligada a outra consciência, a consciência de Cristo.
Quando nasci de novo descobri isso. Minha consciência mostrou o umbigo da minha alma, pois convertido passei a reconhecer em Cristo meu Senhor, meu Salvador e, portanto, meu Provedor. Somente esta dinâmica espiritual é que me leva a compreensão das vitórias e livramentos que já vivenciei. Vitórias e livramentos que sem os impossíveis operados por Ele não teriam se consumado. Ele estava lá! Portanto está hoje comigo em minhas lutas e estará comigo na vitória final.
O umbigo da alma me concede a graça de reconhecê-lo e conhecê-lo em minha limitada vida. Por isso, mesmo em meio as mais duras provas, também posso dizer: “Teus caminhos, ó Deus, são santos e perfeitos! Não existe outro Deus igual a Ti! Tu és o Deus que faz maravilhas; mostras a todos os povos da terra o Teu grande poder.” Salmo 77:13 e 14, BV.
Paz!
- Edmilson Mendes
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