Senta e assimila: Carro e coração. Acelere os dois. Em uma sociedade moralmente relativista, os relacionamentos não se sustentam. A gente precisa continuar acreditando: vale a pena ser honesto. O STF ordena a prisão do deputado João Paulo Cunha. Menos Eike, mais Ambev. O presidente da França, que prometeu colocar o mandato acima de qualquer veleidade pessoal, é flagrado em encontros secretos com uma atriz. O nu, para mim, não é tabu. O ministro não mentiu em suas declarações, apenas tapou o sol com a peneira. O clima da Terra está se transformando. Amores roubados, ... Corpões para deleitar o espectador. Mérito? Não é aqui. Ana Clara foi queimada viva por bandidos no Maranhão... Até o fim do ano eles vão matar 49.700 brasileiros inocentes.
O conteúdo acima contém um pouco do conteúdo da edição 2356 da Veja. Ainda tem textos sobre a maconha e o crack, celebridades e seus indispensáveis pra-gente-tudo-pode, esquemas políticos, etc. Veja é só um retrato. Ou tenta ser. Porque muitas vezes revela-se fora de foco. Não só a Veja, mas a esmagadora maioria dos canais de comunicação.
Como sempre, a culpa é da tal audiência. É duro ter que agradar a todos. Duro e impossível. Atrás da frase “a opinião do autor não reflete necessariamente a opinião do veículo”, garante-se o expediente. Numa página se exalta os valores da família, na outra se questiona se tais valores ainda têm valor. Numa página indignação sobre os gastos da Copa, na outra promoções para sortear e brindar leitores e consumidores com bolas, camisetas e ingressos para a Copa. Numa página direitos humanos, na outra dados estatísticos de uma violência desenfreada e sem controle. Numa página o horror do terrorismo, na outra exaltação do mesmo nas telas do cinema. Tudo muito bipolar. É, só podem estar brincando.
Brincando com coisa séria. Afinal, nenhum dos temas é brincadeira. Uma sociedade inteira consome tais informações baseando decisões e escolhas por elas. Cada veículo tem seu viés politico, filosófico, religioso, cultural. Raríssimos deixam claras suas posições e preferências. De novo, a tal audiência.
Nessa sopa cresce o ateísmo, cresce o ambiente anti-Cristo, cresce o liberalismo pornográfico, cresce junto a liberação para drogas, aborto e pedofilia. E, para fechar, cresce a liberdade de expressão. Mas só para a agenda que acabei de escrever, pois qualquer posição contrária sofre um imediato ataque de todo tipo de ativista que só quer liberdade de expressão para si. E os ataques são os mesmos de sempre: racistas, preconceituosos, fundamentalistas.
Para ilustrar os exemplos citados, destaco apenas o ambiente anti-Cristo. Tirando os ateus, que por princípio não acreditam, é legítimo. Esta geração não é anti-Deus, porque Deus virou um deus com conceitos por vezes ambíguos, dúbios, vagos, que se encaixam em qualquer filosofia. Mas com Cristo é diferente. Ele tem uma história, tem posições, tem regras, tem moral, tem promessas e teve a “ousadia” de afirmar que é o caminho, é a verdade e é a vida. Ou seja, Jesus é absoluto demais para uma sociedade que tem repulsa por absolutos.
O quadro só piora. É como a matança coletiva de meninos ordenada por Herodes. Ele não queria matar todos os meninos que matou, queria matar apenas Jesus. Faça uma pesquisa em qualquer grupo ou tribo. Pergunte quantos são a favor do amor ao próximo, do perdão, da paz, da ajuda comunitária, da liberdade, de justiça para empregados e patrões, da verdade nos relacionamentos, da honestidade, do fim da mentira. 999 em cada 1000 serão a favor. Agora experimente colocar Jesus como Senhor, fale sobre negar-se a si mesmo, carregar uma cruz pessoal e seguir a Cristo até o fim e veja como a proporção se inverte. Ou seja, execra-se o cristianismo mesmo com tudo que tem de bom, não por causa do Cristo Salvador e todo amor, mas por causa do Cristo Senhor.
É, estão brincando com a opinião de milhões. Ora censurando, ora manipulando, ora omitindo informações e preferências. São movimentos pacientes, persistentes, repetitivos e por vezes agressivos para fazer toda uma geração engolir novas formas de ser e viver.
Que cada um seja e viva como quiser, afinal, a plantação é livre, planta-se a semente que se queira. Mas a colheita é obrigatória. Seja e viva, e colha os frutos das suas escolhas. Só não vale limitar a liberdade de expressão aos grupos que se imaginam no poder. Só não vale em nome da liberdade de expressão ultrapassar e desrespeitar a liberdade do outro. Senão, é brincadeira. E de mau gosto. E brincadeira de mau gosto via de regra não acaba bem.
A bipolaridade nos veículos de comunicação continuará. Basta deixarmos claro com nossas escolhas e atitudes a resposta que dávamos quando crianças: Não quero brincar, estou sem vontade. Continuemos a ler para informação e atualização, não para formação das filosofias que querem nos impor ou deformação da herança cristã do único Deus, no qual cremos, vivemos e existimos. Herança na qual nações inteiras foram criadas e consolidadas. E hoje, por capricho, por aversão, por rebeldia e uma completa ilusão quanto a sermos independentes por conta da razão e da ciência, tenta-se eliminar tudo que remeta ao Deus da bíblia, ao Cristo crucificado e ressurreto, ao Espírito consolador. Neste quadro, continuaremos acompanhando a degradação cada vez mais acelerada da nossa sociedade. Não. Com Deus não se brinca e dEle não se zomba, porque aquilo que o homem semear, isto mesmo colherá.
Só não vale em nome da liberdade de expressão ultrapassar e desrespeitar a liberdade do outro. Senão, é brincadeira. E de mau gosto. E brincadeira de mau gosto via de regra não acaba bem.
Paz!
- por Edmilson Mendes
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