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O que a festa do Purim tem a ver com o Hamas e a determinação das mulheres?

O antissemitismo não é algo novo, apesar do termo em si, o ser. Tudo por causa de Abraão, um homem que apesar de toda a circunstância, buscou a Deus.

fonte: Guiame, Fernando Moreira

Atualizado: Terça-feira, 19 Março de 2024 as 3

(Foto: Captura de tela/YouTube/Mighty Oracle)
(Foto: Captura de tela/YouTube/Mighty Oracle)

... jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci.  (Ester 4:16 ARA)

Um homem maligno contra um homem justo, contra uma mulher órfã, valente e temente a Deus. O que poderia acontecer? Parece um drama Mexicano, mas são os bastidores da festa do Purim.

A festa do Purim é narrada no 17º livro da Bíblia, chamado de Ester. Que conta a jornada de uma jovem judia, órfã, criada por seu primo, no período do exílio. A Pérsia havia conquistado a Babilônia e, naquele momento, era o maior império do mundo.

A história ocorre no reinado do rei persa Xerxes I (ou Assuero), por volta de 486-465 a.C. que destitui Vasti como rainha, cria um concurso de beleza e escolha uma nova esposa. Assim se casa com uma jovem judia chamada de Ester (Hadassa no hebraico).

Esse rei tinha um ministro chamado Hamã, que se tornou poderoso e influente, entretanto odiava o primo de Ester, Mordecai. Ao ponto de armar um estratagema para eliminar todo povo judeu.

Mordecai ao saber dos planos de Hamã, anuncia a recém rainha, Ester. Ela, por sua vez, entendendo das leis Persas, sabia que não poderia ir à presença do rei, se esse não a chamasse. Então pede para o primo e todos os judeus e apoiadores jejuarem por 3 dias, porque intencionalmente ela entraria na presença do rei, sem ser convidada.

Caso o rei não se agradasse de tal atitude, poderia mandar matá-la. Entretanto, Deus foi bom para com Ester e o rei estendeu o cetro em direção dela, permitindo que ela entrasse em sua presença sem ser convidada.

Diante disto, resumindo a história, ela revela ao rei os planos de Hamã. O rei enfurecido por saber que seu oficial estava atentando contra a vida de sua esposa e rainha, ordena a execução cabal de Hamã. O rei, em contrapartida, exaltou a Mordecai e ordenou que todos os inimigos do povo judeu fossem mortos, em todo o reino Persa.

Para os judeus houve felicidade, alegria, regozijo e honra. Também em toda província e em toda cidade aonde chegava a palavra do rei e a sua ordem, havia entre os judeus alegria e regozijo, banquetes e festas; e muitos, dos povos da terra, se fizeram judeus, porque o temor dos judeus tinha caído sobre eles (Ester 8:16,17 ARA).

O antissemitismo não é algo novo, apesar do termo em si, o ser. Tudo por causa de Abraão, um homem que apesar de toda a circunstância, buscou a Deus. Abraão, o primeiro judeu, cujo termo significa, aquele que vem do outro lado, pois ele migrará de Ur dos Caldeus, do outro lado do rio para Canaã. Ali Abraão fez um altar ao Senhor e o invocou.

E (disse Deus) abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra (Gênesis 12:3). A benção de Abraão é para todas as famílias da terra. Da família de Abraão surgiria o Messias, que salvaria a humanidade. Por isto está escrito: Mas, a todos quantos o (Jesus) receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu Nome (João 1:12). Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.

Porquanto a Escritura (Bíblia) diz:  Todo aquele que nele (Jesus) crê não será confundido. Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Romanos 10:9-13 ARA).

Estamos às portas de celebrar a festa de Purim, em que judeus e não judeus de todo o mundo se reúnem para agradecer, louvar e celebrar a Deus, pelo salvamento da destruição de todo um povo.

Talvez você admire o fato de citar não-judeus, mas há muitos que não compactuam com o antissemitismo, a tirania, extremismo e terrorismo causado, na maior parte por grupos radicais islâmicos, progressistas, comunistas e ditatoriais que em nome da eliminação da família judaico-cristã, quer um estado ateu e déspota. Tal qual são os movimentos terroristas, como: Hamas, Hezbolah, ISIS, Al-Qaeda, Talibã, Boko Haram etc.

Como é a celebração do Purim?

Se faz a leitura do Livro de Ester (Meguilá Ester): Durante a noite e pela manhã, a congregação judaica se reúne para ouvir a leitura do Livro de Ester na sinagoga. A história é contada em voz alta, e sempre que o nome de Hamã é mencionado, as pessoas fazem barulho para abafar o nome dele, simbolizando sua maldade.

Doações de caridade (Matanot La'Evyonim): É uma tradição dar presentes de caridade para os necessitados durante Purim.

Envio de presentes de comida (Mishloach Manot): Amigos e familiares trocam presentes de alimentos, geralmente incluindo pelo menos dois tipos diferentes de alimentos prontos para comer.

Festas e banquetes (Se'udat Purim): Durante Purim, as pessoas se reúnem para refeições festivas, danças e celebrações.

Fantasias e máscaras: É comum que as crianças (e muitas vezes os adultos também) se vistam com fantasias, muitas vezes representando personagens da história de Purim.

A forma de celebrar pode alterar de uma cultura judaica para outra, mas o elemento comum é a celebração da vitória do povo judeu sobre seus inimigos.

Pode o cristão celebrar o Purim?

Sim. Apesar de não ser uma festa Bíblica, i.e., por não ter sido instituída por Deus, como a Páscoa (Pessach), Pentecostes (Shavuot), Tabernáculos (Sucot), Perdão (Yom Kipur) etc. O Purim foi criado por pessoas para celebrar a vida. Não tem problema! Sim, podemos celebrar a salvação do povo judeu, porém com prudência e temor do Senhor.

É importante lembrar que não é porque é judaico, é bíblico. Da mesma forma que há erros e excessos por aqueles que esquecem de Deus, assim pode haver festivais de Purim em que Deus não é louvado, mas a carnalidade. Como o apóstolo Paulo diz em 1 Coríntios 6:12 (ARA): Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.

Algumas práticas de festividade não representam o Purim. Entretanto, não é para julgarmos ou agirmos com os excessos, mas entendermos que o motivo da festa é Deus e a salvação dos judeus de um extremista chamado Hamã.

É importante nos posicionarmos, mesmo nem todos sendo judeus, mas como filhos de Abraão. Ou nos calarmos e agirmos como cúmplices silenciosos das atrocidades daqueles que querem o mal dos judeus, dos palestinos, dos africanos, e do ser humano como um todo.

Como a frase do pastor Martin Niemöller, que retrata muito bem, como a indiferença com os outros é um mal em si: “Primeiro eles vieram buscar os socialistas, e eu fiquei calado — porque não era socialista. Então, vieram buscar os sindicalistas, e eu fiquei calado — porque não era sindicalista. Em seguida, vieram buscar os judeus, e eu fiquei calado — porque não era judeu. Foi então que eles vieram me buscar, e já não havia mais ninguém para me defender.”

Mordecai foi um exemplo de familiar que temeu a Deus, cuidou da família e do povo. Ester foi um exemplo de mulher que corajosamente, honrou seu primo, temeu a Deus e deixou-se, ser usada por Deus, para salvar todo o seu povo. Purim é uma festa que celebra o milagre que Deus pode fazer, através daqueles que se deixam ser usados por Ele. É um símbolo do Messias, e de todos aqueles que o seguem.

Deus é o centro do Purim! Não podemos esquecer disso: Jesus, o Messias, é a salvação!

Purim Sameach (Esta expressão deseja alegria e felicidade durante a celebração de Purim).

Fernando Moreira (@prfernandomor) é pastor na Igreja Batista do Povo. Bacharel em Ciência da Computação e Teologia, com mestrado em Ciência da Computação e doutorado em Teologia. (@FernandoMoreiras). É membro da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil, associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Executivo numa multinacional de tecnologia, mentor de carreiras executivas, conselheiro administrativo, palestrante, conferencista e autor de 8 livros.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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