Antes e após ensinar a chamar Deus de Pai (Mt 6.9), o próprio Jesus, o Filho, o chamou assim quase vinte vezes, ao longo do seu sermão do monte. E ao fazê-lo, certas ações do Pai ficam à mostra.
Assim, vemos que o Pai faz o seu sol nascer sobre maus e bons (Mt 5:45), faz vir chuvas sobre justos e injustos (Mt 5.45), vê em secreto (Mt 6.6), perdoa ofensas (Mt 6.15), dá boas coisas aos que lhe pedem (Mt 7:11)...
Mas se tem uma ação que me chama muito a atenção, é a que mostra o Pai dos céus dando de comer às aves do céu. Quem é mesmo que olha para e pela as aves do céu? O Pai olha.
E sabe de uma coisa: Toda vez que olho para esse olhar do Pai para as aves do céu, o meu olhar muda. E se o meu olhar de filho muda, a minha alma de filho muda.
Ela já não fica mais tão inquieta com o amanhã, pois sabe que o Pai dos céus é Pai da terra e de tudo que nela existe. Veja bem: o Pai dos céus não é a terra nem o que nela contém, mas o Pai dos céus está também na terra.
Ele não é só Pai transcendente, mas é também Pai imanente. Enfim, não é só Pai de longe. É também Pai de perto! Que o digam os pardais aqui do quintal de casa! Todos os dias eles comem nas suas mãos!
Que os seus olhos se abram para ver o Pai dos céus nos pardais. Talvez a cura para essa sua inquietação de alma esteja nos pardais. Já pensou nisso? Olhe-os! Vamos, saia dessa cama! Saia desse quarto! Dá uma volta lá fora.Olhe ao redor.
Deve ter um monte de pardal por aí. Ele nunca semeou nem colheu uma semente sequer, mas não fica um dia sem comer. E a razão é esta: o Pai do céu sempre vem até ele todos os dias com as mãos cheias de alpiste! Sim, o Pai dos céus tem vindo ao seu quintal. Já o viu por aí?