No início era apenas um galho. Ganhei-o de um casal amado e amável. Tive a ideia de plantá-lo no fundo do quintal daqui de casa. Pensei que não fosse pegar. Não é que pegou. Como pegou. Logo, outros galhos vieram do galho menor. E o que dizer das folhas? Eram tantas que quase não dava para ver o caule. Virou uma moita.
Por mais de um ano, as suas folhas sempre muito verdes deram muito mais aroma e sabor à salada de alface americana com tomate cereja, ao macarrão com sardinha de latinha, ao pão francês com peito de peru, queijo mussarela e rodelas de tomate que se comia aqui em casa. Mas já faz dias que a gente não sente o gosto e o cheiro delas.
O caule ainda tinha muitos galhos, mas as folhas já não existiam mais. Elas se foram. Quebrei vários galhos em busca de um sinal de vida. Todos secos. Uma geada matou o meu pé de manjericão. Tão difícil quanto saber que não havia mais vida nele, foi arrancá-lo . Mas tive que fazê-lo hoje no inicio da manhã. Apenas quem já fez isso sabe o quanto é doido e doído.
Mas quer saber mesmo? Mais doido e mais doído é manter na vida da gente o que vida não tem mais. Não é sábio viver, dia após dia, nessa de afofar ou adubar a terra ao redor do que ou de quem a gente sabe que não vai mais dar fruto. É melhor cortar (Lc 13:6-9). É melhor arrancar. Deus diz que "há tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou" (Ec 3:2).