Referência: Lucas 23.1-25, Atos 2.22-23
INTRODUÇÃO
1. A morte de Cristo foi uma tragédia humana ou um propósito divino? Um crime horrendo ou um plano de Deus? Cristo foi simplesmente assassinado ou ele voluntariamente se entregou? Ele foi uma vítima indefesa nas mãos dos iníquos ou ele marchou para o Calvário como um rei caminha para a sua coroação?
2. Vejamos como este texto nos responde:
I. A MORTE DE CRISTO FOI O CRIME MAIS HORRENDO DA HISTÓRIA – At 2:23
1. Jesus não morreu, dizem, ele foi morto, executado publicamente como um criminoso
a) Os dirigentes judaicos – Com inveja acharam que ele desrespeitava a lei e blasfemava contra Deus.
b) Os romanos – Ouviram dizer que ele se proclamava rei e assim, desafiava a autoridade de César.
2. Judeus e Romanos entraram em aliança maligna para matar a Jesus
a) No Tribunal Judaico – Se apresentou uma acusação teológica contra ele: BLASFÊMIA.
b) No Tribunal Romano – A acusação era política: SEDIÇÃO.
Assim, acusaram-no de delito contra Deus e contra César.
3. Tanto no Tribunal Judaico, como no Romano, seguiu-se um certo processo legal:
a) A vítima foi presa;
b) A vítima foi acusada e examinada;
c) Chamaram-se testemunhas;
d) Então, o juiz deu o seu veredicto e pronunciou a sentença.
MAS OS EVANGELISTAS ESCLARECEM QUE O PRESO:
a) Não era culpado das acusações;
b) As testemunhas eram falsas;
c) Que a sentença de morte foi um horrendo erro judicial.
Jesus, assim, é condenado pelo representante da RELIGIÃO: Caifás e pelo representante do ESTADO: Pilatos.
II. QUEM LEVOU JESUS À MORTE
1. Pilatos por covardia entregou Jesus para ser crucificado – Lc 23:2
A. Pilatos estava convicto da inocência de Jesus – ele declara isso três vezes:
a) Quando o Sinédrio lhe levou o caso: Não vejo neste homem crime algum” (Lc 23:4).
b) Quando Jesus voltou, depois de ter sido examinado por Herodes, Pilatos disse aos sacerdotes e ao povo: “…apresentastes-me este homem como agitador do povo; mas, tendo-o interrogado na vossa presença, nada verifiquei contra ele dos crimes de que o acusais” (Lc 23:13-15). A esta altura a multidão gritou: CRUCIFICA-O, CRUCIFICA-O.
c) Mas Pilatos respondeu pela terceira vez: “Que mal fez este? De fato nada achei contra ele para condená-lo à morte” (Lc 23:22).
d) Sua convicção pessoal foi confirmada pela sua mulher: “Não te envolvas com este justo” (Mt 27:19).
B. Pilatos tentou quatro evasões para soltar Jesus e pacificar os judeus
a) Transfere a responsabilidade da decisão – Ao ouvir que Jesus era da Galiléia, envia-o para Herodes. Herodes, porém, devolve Jesus sem sentença (Lc 23:5-12).
b) Tentou meias medidas – “Portanto, depois de castigá-lo, soltá-lo-ei” (Lc 23:16,22). Essa foi uma ação covarde, pois se Jesus era inocente, tinha que ser imediatamente solto e não primeirametne açoitado.
c) Tentou fazer a coisa certa (soltar Jesus) pela forma e motivo errados (pela escolha da multidão) – Propôs anistiar um prisioneiro, esperando que a multidão escolhesse Jesus, mas o povo preferiu Barrabás.
d) Tentou protestar sua inocência – Lavou as mãos: “Estou inocente do sangue deste justo” (Mt 27:24).
C. Por que Pilatos cedeu, entregando Jesus para ser crucificado? (Lc 23:23-25)
a) O clamor da multidão – O clamor da multidão prevaleceu (v. 23);
b) O pedido da multidão – Pilatos decidiu atender-lhes o pedido (v. 24);
c) A vontade da multidão – Quanto a Jesus, entregou-o à vontade deles (v. 25).
d) A pressão da multidão – “Se soltas a este, não és amigo de César”.
A escolha é entre a verdade e a ambição, entre a consciência e a conveniência.
A morte de Cristo foi um crime horrendo porque a sentença foi injusta.
2. O povo judaico e os sacerdotes por inveja acusaram a Jesus
Foram os judeus que levaram Jesus a a Pilatos para ser julgado;
Foram os sacerdotes que acusaram Jesus de reivindicações subversivas;
Foram as autoridades judaicas que acusaram Jesus de ensinos blasfemos;
Pedro diz que os judeus traíram e negaram a Jesus diante de Pilatos (At 2:12-15). Ele os acusou de matar o Autor da Vida.
Pilatos percebeu que os sacerdotes o haviam entregado por INVEJA (Mt 27:18). Isso porque Jesus ensinava com autoridade, tinha autoridade para expulsar demônios e para curar enfermos e perdoar pecados.
A morte de Cristo foi um crime horrendo porque as acusações contra ele foram falsas.
3. Judas Iscariotes traiu Jesus por ganância
Judas entregou Jesus aos sacerdotes. Os Sacerdotes entregaram Jesus a Pilatos. Pilatos entregou Jesus aos soldados e os soldados o pregaram na cruz.
Judas traiu Jesus por dinheiro. 1) Jesus afirmou sua culpa: “Ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído”; 2) Judas condenou-se a si mesmo: reconheceu seu crime, devolveu o dinheiro e se suicidou.
Judas foi motivado pela ganância. O dinheiro ainda hoje tem corrompido: Alguns magistrados têm pervertido a justiça por subornos; alguns políticos têm usado o poder para corromper; alguns negociantes entram em transações desonestas; alguns pastores mercadejam o evangelho.
A morte de Cristo foi um crime horrendo porque Judas o traiu e o entregou aos sacerdotes por ganância; os sacerdotes o entregaram a Pilatos por inveja; então, Pilatos o entregou aos soldados por covardia e eles o crucificaram.
4. Nós também matamos Jesus com os nossos pecados
Nós também somos culpados. Se estivéssemos no lugar deles, teríamos feito exatamente o que fizeram. Deveras, nós o fizemos, pois sempre que nos desviamos de Cristo, estamos crucificando para nós o Filho de Deus e o expondo à ignomínia (Hb 6:6).
Eu estava lá quando crucificaram o meu Salvador! Não apenas como expectador, mas como participante, participante culpado, tramando, traindo, vociferando e entregando-o para ser crucificado.
Eu não estava na cruz do lado. Eu estava lá na cruz do centro. Foram os meus pecados que transpassaram Jesus na cruz. Ele foi moído pelas nossas iniquidades.
III. A MORTE DE CRISTO, UM PLANO ETERNO DO PAI – At 2:23
1. Jesus foi à cruz voluntariamente
a) Cristo não morreu simplesmente porque Judas o traiu, porque os sacerdotes o entregaram, porque Pilatos o sentenciou ou porque os soldados o pregaram na cruz.
b) Jesus não morreu como Mártir – Ele foi à cruz expontaneamente e deliberadamente. Sua cruz estava encrustrada no coração de Deus desde a fundação do mundo (Ap 13:8).
Jesus começou o seu ministério identificando-se com o pecador (no batismo);
Ele veio para morrer.
Quando Pedro tentou desviá-lo da cruz, ele disse: “Arreda, Satanás”.
Quando o diabo o tentou no deserto, ele o venceu, dizendo: “Não tentarás o Senhor teu Deus”.
Jesus predisse várias vezes a sua morte.
Ele disse que o BOM PASTOR dá a sua vida pelas ovelhas. Ele disse: “Eu dou a minha vida, ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou” (Jo 10:11,17,18).
Paulo disse: “Cristo me amou e a si mesmo se entregou por mim”.
Isaías 53:12 diz que “ele derramou a sua alma na morte”.
2. A morte de Cristo por nós foi a maior expressão de amor do Pai por nós
Quem entregou Jesus para morrer não foi Judas por dinheiro, não foi Pilatos por temor, não foram os judeus por inveja, mas o Pai por amor. Diz o apóstolo Paulo: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou…” (Rm 8:32).
OS DOIS LADOS DA CRUZ:
a) No nível humano – Judas o entregou aos sacerdotes, os quais o entregaram a Pilatos, que o entregou aos soldados, os quais o crucificaram.
b) No nível divino – O Pai o entregou e ele se entregou a si mesmo para morrer por nós por amor.
c) À medida que encaramos a cruz, podemos dizer a nós mesmos: “Eu o matei, meus pecados o enviaram à cruz” e “ele se entregou, seu amor o levou à cruz.
d) Pedro uniu as duas verdades em Atos 2:23: A morte de Cristo foi simultaneamente plano de Deus e resultado da maldade dos homens.
3. Por que Cristo morreu?
1. Ele morreu por nós
O bom pastor dá a vida pelas ovelhas
Este é o meu corpo que é oferecido por amor de vós
Ele foi traspassado pelas nossas transgressões
Ele foi moído pelas nossa iniquidades
Ele foi ferido por causa dos nossos pecados
Deus fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.
2. Ele morreu pelos nossos pecados
Ele morreu para nos reconciliar com Deus
Ilustração: A mãe que morreu para reconciliar o filho e o Pai.
3. Ele morreu para nos dar vida
a) Ele levou as nossas enfermidades – físicas, psicológicas e morais;
b) Ele levou as nossas mágoas – dores, traumas, abandono, recalques;
c) Seu castigo nos traz a paz;
d) Sua morte nos traz a vida eterna.
CONCLUSÃO
1. A morte de Cristo revela que o nosso pecado é extremamente horrível
Se não havia outro modo de Deus nos salvar, então o nosso pecado é algo terrível.
2. A morte de Cristo revela a maravilha do amor de Deus além de toda compreensão
Foi um plano eterno.
Sempre que olhava para as profecias, sacrifícios, via a cruz.
O seu sofrimento, os açoites, a solidão, as lágrimas, o desprezo, o grito do seu Filho na cruz.
Como você vai responder a esse tão grande amor? Ilustração: O dono do trem e o maquinista no acidente: Eu daria tudo para ter uma fé como a sua. É exatamente esse o preço patrão!
- Hernandes Dias Lopes