Qual é a origem do universo? Surgiu espontaneamente? É resultado de uma mega explosão? É fruto de uma evolução de milhões e milhões de anos? Ou foi criado? É evidente que o universo é formado de matéria e energia, e matéria e energia não criam a si mesmas. Também é sabido que o universo é governado por leis e leis não estabelecem a si mesmas. Fica a pergunta: De onde veio a matéria? Quem estabeleceu as leis que governam o universo? O livro de Gênesis nos oferece resposta a estas perguntas.
Destacaremos três verdades preciosas pontuadas no início do livro dos inícios:
Em primeiro lugar, Deus, o Pai é a fonte de todas as coisas (Gn 1.1). “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Este texto deita por terra a ideia de que a matéria é eterna. Também refuta o ateísmo, o panteísmo, o politeísmo e o evolucionismo. O universo teve um começo, porque antes do começo só Deus existia. Só Deus é eterno. O universo não foi criado, no princípio, de matéria preexistente. Deus trouxe à existência o que não existia. Do nada, ele tudo fez. Deus trouxe à existência a terra e os céus. Todos os mundos estelares foram criados. Todo este vasto universo, com mais de noventa e três bilhões de anos-luz de diâmetro tem o próprio Deus como sua única fonte.
Em segundo lugar, Deus, o Espírito Santo é o energizador de todas as coisas (Gn 1.2). “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”. Há alguns estudiosos que tentam ver neste versículo um hiato de tempo entre a criação original e o aparente caos aqui descrito. Os defensores dessa teoria do hiato tentam encaixar nesse período a queda no mundo angelical. Porém, a teoria do hiato é uma tentativa de conciliar o registro da criação com o evolucionismo, a fim de justificar que a terra é muito mais antiga que a raça humana. O texto, porém, não nos permite essa interpretação. A narrativa da criação em Gênesis 1 fala sobre as etapas pelas quais Deus trouxe forma à terra informe e seres vivos à terra vazia. Não há contradição entre o registro do versículo 2 com a narrativa da criação inicial do versículo 1. A criação inicial (versículo 1 e 2) não estava completa, como se constata no final do sexto dia da criação. Ela foi sendo realizada em etapas. Poderíamos então traduzir os dois primeiros versículos assim: “No princípio Deus criou o espaço e a matéria, e a matéria criada era inicialmente sem forma e inabitada”. O Espírito Santo pairava sobre as águas, energizando a obra criada, trazendo vida à criação de Deus. Isso está de acordo com o que diz a Escritura: “Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra” (Sl 104.30).
Em terceiro lugar, Deus, o Filho é o revelador de todas as coisas (Gn 1.3). Disse Deus: Haja luz; e houve luz”. Deus criou por meio de sua Palavra. A Palavra é o Verbo e o Verbo fala da ação divina, como diz o apóstolo João: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). O Deus Filho é o agente da criação. Foi por meio dele que Deus fez o universo (Hb 1.2). O apóstolo Paulo diz: “Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Cl 1.16). O mesmo que trouxe luz das trevas, é aquele que resplandece em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo (2Co 4.6). Jesus é o Verbo divino, que se fez carne (Jo 1.1,14). Ele é a luz do mundo (Jo 8.12), em quem não há treva nenhuma (1Jo 1.5). Ele trouxe luz ao universo na criação e traz luz aos que são regenerados para uma vida esperança.
Por Hernandes Dias Lopes - pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.
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