“O Senhor despertou o espírito de Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo; eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do Senhor dos Exércitos, seu Deus” (Ag 1.14).
A cidade de Jerusalém continuava debaixo de escombros, mesmo depois de uma leva de judeus terem voltado do cativeiro babilônico. Os muros da cidade estavam quebrados e suas portas queimadas a fogo. Os que voltaram tiveram algumas dificuldades na construção do segundo templo e acabaram abandonando a casa de Deus, indo cuidar cada um de seus próprios negócios e interesses. O desânimo é contagioso. Tem um efeito devastador. Um grupo de pessoas desanimadas só enxergam as dificuldades. Fazem apologia ao fracasso. Oferecem muitos motivos para não se envolverem com a obra de Deus. Despendem toda a sua energia em sua própria causa e viram as costas para a Casa de Deus.
O povo que voltou da Babilônia deixou a construção do templo no meio do caminho. Desampararam a casa de Deus. Abandonaram sua fidelidade a Deus, retendo os dízimos. O que traziam ao altar, Deus rejeitava, pois além de não serem primícias, o coração do povo não vinha junto com a oferta. Nesse momento de crise, Deus levanta o profeta Ageu para animar o povo a reconstruir o templo. Levanta, também, Zacarias para restaurar a vida espiritual do povo. Então, o Senhor despertou o espírito do governador, do sumo sacerdote e do restante de todo o povo e eles cobraram ânimo e construíram a casa de Deus. É Deus quem desperta. É Deus quem move os corações. É Deus quem realinha as prioridades no coração e quem mobiliza o povo a fazer sua obra. Destacamos aqui três pontos:
Em primeiro lugar, Deus desperta a liderança política. Zorobabel era o era o governador. Sua liderança era fundamental para mover o povo ao trabalho. Deus abriu seus ouvidos aos desafios de Ageu e despertou seu espírito para estar à frente do povo, para liderar o povo na obra a ser feita. Um líder nunca é neutro. Liderança é influência. Ele influencia para o bem ou para o mal. Zorobabel tornou-se um líder encorajador!
Em segundo lugar, Deus desperta a liderança religiosa. Josué era o sumo sacerdote. Cabia a ele ensinar a lei ao povo e orar em favor do povo. Ele trazia instrução e fazia intercessão. Seu ânimo era vital para encorajar o povo. O líder espiritual não pode estar abatido. Seus olhos precisam brilhar. Seu coração precisa arder de amor a Deus e à sua obra. Foi o que aconteceu com Josué, quando o Senhor despertou o seu espírito.
Em terceiro lugar, Deus desperta o restante de todo o povo. Ninguém ficou de fora da obra. Grandes e pequenos, ricos e pobres, homens mulheres, jovens e velhos se lançaram na obra e a construção do templo foi concluída. Há trabalho na igreja para todos. Ninguém pode ficar de fora. A negligência na obra de Deus é um esfriamento do amor ao Senhor. Cuidar apenas de nossos próprios interesses em detrimento da obra de Deus é um grave pecado de omissão. Recuar por causa das dificuldades é um sinal de consumada fraqueza. É hora da igreja se despertar! É hora da liderança da igreja se por de pé e convocar o povo a abraçar a obra. Não podemos desamparar a casa de Deus. Não podemos sonegar os recursos que são destinados a suprir a casa de Deus. Não podemos, afrouxar nossos braços na casa de Deus para sermos diligentes apenas com nossos negócios. Precisamos ter zelo pela glória de Deus. Precisamos buscar em primeiro lugar, o reino de Deus e sua justiça. Precisamos nos unir, liderança e liderados, para juntos sermos despertados para a obra!
Texto originalmente publicado em hernandesdiaslopes.com.br
Por Hernandes Dias Lopes - pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.
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