Os incidentes antissemitas na Austrália registraram um aumento de 600% após o ataque terrorista ocorrido durante o Hanukkah na praia de Bondi, em Sydney. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Diáspora e do Combate ao Antissemitismo de Israel.
Segundo o levantamento, nos dois dias seguintes ao massacre, houve uma escalada significativa de manifestações de ódio contra judeus, incluindo episódios de violência física e verbal em espaços públicos.
Antes do atentado terrorista, cerca de 3.000 publicações com menções antissemitas eram registradas diariamente nas redes sociais na Austrália. No dia do ataque, esse número saltou para 17.100 postagens, representando um aumento de 420%. No dia seguinte, o volume ultrapassou 21.500 publicações, registrando um crescimento de 600%.
Mesmo após a remoção de parte do conteúdo por plataformas de mídia social, devido às políticas de moderação, a quantidade de discurso antissemita permaneceu cinco vezes maior à média registrada antes do massacre.
Os dados foram coletados por um sistema de monitoramento contínuo que identificou termos diretamente associados ao discurso antissemita, incluindo insultos como “judeuzinho” e expressões de negação do Holocausto, filtrando menções neutras.
Com isso, o Ministério dos Assuntos da Diáspora destacou que a onda de ódio não ficou restrita ao ambiente digital. Segundo o órgão, o aumento do discurso antissemita online foi acompanhado por agressões verbais presenciais contra estudantes judeus e por atos de vandalismo contra propriedades, gerando um clima de insegurança entre membros da comunidade judaica local.
‘Alerta e apoio aos judeus’
Diante deste cenário, o ministério informou que está atuando em cooperação com a comunidade judaica australiana e com outros ministérios do governo israelense para emitir alertas e oferecer apoio a instituições educacionais e comunitárias.
O ministro dos Assuntos da Diáspora e do Combate ao Antissemitismo, Amichai Chikli, abordou a gravidade da situação. Para ele, as estatísticas revelam a profundidade do problema.
"O governo australiano não está fazendo o suficiente para erradicar o fenômeno em sua origem", declarou Chikli.
Segundo o ministro, "a incitação online faz parte de uma perigosa teia de ódio que aumenta a ameaça à comunidade judaica. Este é um momento para ações concretas e determinadas".
