O primeiro chefe de estado recebido pelo presidente Donald Trump após sua posse, em 20 de janeiro, para o segundo mandato à frente dos EUA, foi Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel.
O encontro aconteceu nesta terça-feira (4) na Casa Branca, em Washington, D.C., onde o premiê israelense conversou longamente com Trump, no Salão Oval, antes de ambos realizarem uma coletiva de imprensa.
Durante a coletiva de imprensa na sede do governo americano, Netanyahu afirmou que Trump é "o maior amigo que Israel já teve na Casa Branca".
Além das relações entre os EUA e Israel, ambos os líderes falaram sobre os conflitos no Oriente Médio, o protagonismo do Irã como financiador do terrorismo regional, a invasão do Hamas ao território israelense, os reféns e a guerra em Gaza.
‘Servir como leões’
O primeiro-ministro falou sobre a atuação de Israel contra seus “inimigos em comum”, afirmando ter devastado militarmente os líderes do Hamas e do Hezbollah e ter destruído as defesas aéreas do Irã.
Netanyahu disse a Trump que, ao fazer isso, “derrotamos alguns dos piores inimigos da América”, como os que estavam sendo procurados há décadas por terem “derramado rios de sangue americano, incluindo o sangue de 241 fuzileiros assassinados em Beirute”.
“Nós conquistamos tudo isso com o espírito inquebrantável de nosso povo e a coragem imparável de nossos soldados”, disse Netanyahu.
“A Bíblia diz que o povo de Israel deve servir como leões. Hoje o rugido do leão de Judá é ouvido altamente no Oriente Médio, Israel nunca foi tão forte e o eixo de terror do Irã nunca foi mais fraco”, declarou.
Fim da guerra
Ambos deixaram claro que o fim do conflito, após o cessar-fogo entre Israel e Hamas, só será sacramentado após o retorno de todos os reféns.
O primeiro-ministro fez elogios a Trump, elencando ações de seu primeiro mandato que beneficiaram Israel, como o reconhecimento da soberania de Israel sobre as Colinas de Golã, a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém e os Acordos de Abraão, tratados bilaterais assinados em 15 de setembro de 2020 entre Israel e os Emirados Árabes Unidos (EAU), e entre Israel e Bahrein.
A retomada das relações entre esses países contemplou o reconhecimento da soberania de Israel pelos EAU e pelo Bahrein, o estabelecimento de relações diplomáticas plenas entre Israel e esses países, e a promoção da cooperação em diversas áreas, como comércio, tecnologia, saúde e cultura.
“Nós, abaixo assinados, reconhecemos a importância de manter e fortalecer a paz no Oriente Médio e em todo o mundo com base na compreensão mútua e na coexistência, bem como o respeito pela dignidade e liberdade humanas, incluindo a liberdade religiosa”, afirmou o comunicado oficial, assinado pelos líderes dos três países, entre eles Netanyahu.
Posteriormente, Marrocos e Sudão também assinaram os Acordos de Abraão, retomando as relações com Israel.
Durante seu pronunciamento, Netanyahu afirmou a Trump ter derrotado os inimigos tanto de Israel quanto dos EUA, quando, segundo ele, pensavam que Israel estava frágil após meses de luta contra o terror.
Controle de Gaza
Durante a coletiva, de forma surpreendente, Trump propôs que os EUA tomassem o controle do território de Gaza e reconstruíssem a área. Ele sugeriu que os palestinos que vivem em Gaza seriam reassentados em outros locais e que os EUA seriam responsáveis por desarmar a área, remover explosivos não detonados e reconstruir a infraestrutura.
“Vamos adorar fazer isso”, disse Trump, que mencionou que a visão é transformar Gaza na "Riviera do Oriente Médio", criando milhares de empregos e oportunidades de moradia.
Trump disse ainda que a administração de Gaza pode ocorrer em um futuro próximo e que muitos líderes concordaram com a ideia, sem mencionar quem são esses líderes nem como os EUA pretendem implementar esse improvável controle para a “pacificação de Gaza”.