‘Passei por um inferno’, diz refém israelense de 85 anos libertada pelo Hamas

Yocheved Lifshitz, de 85 anos, é uma das duas idosas libertadas na segunda-feira pelo grupo terrorista.

fonte: Guiame, com informações do G1 e BBC

Atualizado: Terça-feira, 24 Outubro de 2023 as 10:55

Yocheved Lifshitz, refém liberta pelo grupo terrorista Hamas. (Captura de tela/YouTube/Sky News Australia)
Yocheved Lifshitz, refém liberta pelo grupo terrorista Hamas. (Captura de tela/YouTube/Sky News Australia)

Duas mulheres idosas que eram mantidas reféns pelos terroristas do Hamas foram liberadas nesta segunda-feira (23). De acordo com informações de um funcionário do governo israelense, os nomes das reféns são Nurit Cooper, de 79 anos, e Yocheved Lifshitz, 85.

Yocheved foi a primeira libertada a falar publicamente sobre o sequestro e as condições em que permaneceu.

"Passei por um inferno. Não pensamos que poderíamos passar por essa situação", afirmou a idosa, segundo sua filha, Sharone Lifshitz, que traduziu o discurso da mãe do hebraico para o inglês.

Após ser levada a um hospital em Tel Aviv, ela relatou a jornalistas nesta terça-feira (24) que sofreu agressões no momento em que foi capturada e colocada na garupa de uma moto, no kibutz Be'eri, localizado no sul de Israel.

Além de moradora deste kibutz, Yocheved ajudou a fundar a comunidade, que foi invadida pelo grupo terrorista durante os ataques do Hamas em solo israelense em 7 de outubro. Só ali, mais de 100 pessoas foram mortas, incluindo crianças da creche local.

"Eles mataram e sequestraram pessoas novas e idosos, sem critérios", relatou a idosa.

Sua casa no kibutz que ajudou a construir, segundo afirmou a filha, foi totalmente destruída e queimada pelos terroristas.

Túneis do Hamas

Na Faixa de Gaza, a idosa diz que foi levada juntamente com um grupo de 25 reféns para uma rede de túneis sob controle do Hamas.

Ela permaneceu sequestrada nesse local por 15 dias até ser libertada nesta segunda-feira, junto com outra idosa também israelense.

"Andamos quilômetros dentro dos túneis", relatou.

Após ser mantida em cativeiro, a idosa disse ter sido agredida inicialmente com varas, mas posteriormente recebeu atendimento médico.

Depois do episódio de violência inicial, ela afirmou ter sido tratada de forma adequada. Ela também informou que tanto os reféns quanto os indivíduos que os vigiavam receberam alimentação regular, consistindo principalmente de queijo e pepino, quase todos os dias.

Marido continua refém

Yocheved que é cidadã israelense, foi levada junto com seu marido, de 83 anos, que permanece em cativeiro.

O casal é conhecido por serem ativistas de direitos humanos. Por vários anos, Yocheved tem atuado como voluntária no transporte de palestinos da Faixa de Gaza que obtêm autorização para receber tratamentos médicos em hospitais israelenses, conforme relataram seus filhos e netos.

A idosa informou que o marido estava em boas condições até ela ser libertada. Na entrevista, ela enfatizou que só se sentirá aliviada quando todos os reféns forem soltos.

Yoachaved faz parte do segundo grupo de reféns que o grupo terrorista Hamas libertou, após negociações mediadas pelo Catar e pelo Egito.

Na nota, o governo israelense agradeceu ao Egito e à Cruz Vermelha pelo apoio na negociação.

"O governo de Israel, as IDF (Forças de Defesa de Israel) e todo o sistema de segurança continuarão operando com o melhor de suas habilidades e esforços para localizar todos os desaparecidos e devolver todos os sequestrados para casa", diz o comunicado.

Cidadãs americanas

As primeiras libertadas foram duas cidadãs americanas, mãe e filha, na sexta-feira (20).

Segundo informações, mais de 200 pessoas foram sequestradas pelos terroristas durante o ataque perpetrado pelo Hamas no sul de Israel. Os terroristas armados também mataram 1.402 pessoas em solo israelense.

A maioria dos reféns é israelense, mas, segundo o Exército de Israel, há também cidadãos dos EUA, do Reino Unido, da Ucrânia, da Itália e do Brasil.

O Itamaraty diz não ter recebido comunicação sobre brasileiros entre os sequestrados, mas admite que há um homem desaparecido.

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