Após ser espancada por marido muçulmano, cristã sudanesa testemunha: “Decidi seguir Jesus”

Além dos conflitos durante a guerra, os cristãos locais também sofrem com a perseguição dos muçulmanos.

fonte: Guiame, com informações de Global Christian Relief

Atualizado: Quarta-feira, 19 Junho de 2024 as 3:37

Cristã sudanesa. (Foto: Ilustração/Portas Abertas)
Cristã sudanesa. (Foto: Ilustração/Portas Abertas)

Após ser espancada por não negar Jesus no Sudão, uma cristã perseguida relatou como permaneceu fiel em meio a guerra e intolerância religiosa no país.

Quando os conflitos começaram, Fátima e sua família precisaram se mudar para o Sudão do Sul em busca de refúgio. 

Na época, Fátima era muçulmana e ainda não tinha descoberto a esperança em Cristo e temia pela segurança da sua família.

No entanto, em um campo de refugiados, Fátima ouviu o Evangelho pela primeira vez. Mesmo ouvindo relatos de cristãos que sofreram isolamento social, abuso físico e até morte, ela se entregou a Jesus. 

“Aceitei o Senhor Jesus como meu Salvador e Senhor. Encontrei liberdade e vida eterna Nele”, disse ela à Global Christian Relief.

E continuou: “Minha fé significa muito para mim. Significa liberdade total da escravidão que me manteve presa durante décadas”. 

Perseguição familiar 

Contra a vontade do marido muçulmano, Fátima e os filhos começaram a frequentar a igreja. Então, ele ameaçou matá-la se ela não negasse a Jesus e retornasse para o Islã.  

Quando Fátima se recusou a desistir de Cristo, o marido a agrediu com uma barra de metal e feriu gravemente seu fêmur (osso da coxa).  

“Da próxima vez, se você não parar de frequentar esta igreja do seu Jesus, vou te matar”, ameaçou o marido. 

E Fátima respondeu: “Mesmo se você me matar, meu espírito irá para Deus, porque você matou apenas o corpo físico”. 

Apesar do trauma, a nova convertida teve a fé fortalecida e passou a orar pela conversão do marido.

“Decidi seguir Jesus”, afirmou ela. 

A guerra no Sudão 

A guerra no Sudão completou um ano no dia 15 de abril. Em 2023, uma grande disputa entre o exército do Sudão e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF — sigla em inglês) tomou a capital do Sudão, Cartum. 

Com isso, a guerra civil começou e tem causado resultados desastrosos para a população. Além da crise alimentar, um relatório recente da ONU acredita que mais de 8 milhões de vítimas se tornaram deslocadas internas e refugiadas no último ano. 

Os combates contínuos, que criaram uma crise de insegurança, tornaram impossível o deslocamento de ONGs, como agências da ONU, para prestarem o apoio necessário às pessoas deslocadas. 

Segundo um especialista da missão Portas Abertas, a guerra em curso trouxe sofrimento para os cidadãos sudaneses em geral, mas especialmente para os cristãos, que são ainda mais marginalizados por sua fé. 

“Embora todos os sudaneses sofram por causa da guerra, os cristãos enfrentam dificuldades excepcionais porque eles não recebem o mesmo apoio das comunidades”, explicou ele.

“Nossos contatos relataram recentemente sobre cristãos abrigados em igrejas ou em outros locais onde não se misturam com o resto da população, porque se o fizerem, serão discriminados por serem cristãos e isso torna a sobrevivência ainda mais difícil para eles. Na distribuição de ajuda humanitária, os cristãos não recebem oportunidades iguais”, acrescentou.

A Lista Mundial de Perseguição de 2024 relata que os cristãos no Sudão são especialmente vulneráveis em tempos de guerra. A informação foi confirmada pelo número considerável de igrejas fechadas ou danificadas e os muitos cristãos que enfrentaram ataques. Além da opressão que aqueles que decidiram deixar o islamismo para seguir a Cristo.  

O Sudão ficou em 8º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas dos lugares mais difíceis para ser cristão.

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