Os crimes de ódio contra cristãos na Turquia mais que dobraram entre 2021 e 2023, conforme análise da International Christian Concern (ICC).
Segundo dados da Freedom of Belief Initiative (FOBI), um grupo de monitoramento da liberdade religiosa, os crimes de ódio contra cristãos na Turquia cresceram de 10 em 2021 para 22 em 2023.
Desde 2020, os cristãos têm sido alvo da maioria dos crimes de ódio religiosos registrados na Turquia, com 52 casos relatados. Esses crimes incluem danos à propriedade, assédio e violência.
O FOBI também destacou que o número real pode ser ainda maior, já que muitas vítimas deixam de denunciar por medo de ostracismo.
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) relatou diversos incidentes de crimes de ódio contra cristãos.
Em outubro de 2023, um homem invadiu uma igreja, recitou uma oração islâmica e agrediu o pastor durante o culto.
Em maio do mesmo ano, dois idosos foram hospitalizados após serem “agredidos fisicamente com paus e pedras” por causa de sua fé.
Violência e intimidação
A OSCE também destacou outros casos de violência e intimidação contra cristãos.
Missionários estrangeiros na Turquia também enfrentam assédio. A Alliance Defending Freedom (ADF) relatou em 2023 que “as autoridades turcas cada vez mais visam pastores cristãos, missionários e seus parentes para deportação e proibições permanentes de reentrada”.
A Turquia ocupa a 50ª posição na Lista de Observação Mundial da Portas Abertas, refletindo a crescente perseguição aos cristãos no país, impulsionada por fatores como opressão islâmica e paranoia ditatorial.
Os cristãos na Turquia enfrentam perseguição há décadas, com intensificação nos tempos modernos.
Entre 1915 e 1916, ocorreu o genocídio armênio, quando cerca de 1 milhão de cristãos foram mortos por meio de massacres, fome e assassinatos individuais, ordenados pelas autoridades otomanas. Segundo a organização World Without Genocide, os "perpetradores buscaram expurgar o Império Otomano de todas as minorias cristãs".
Antes de 1914, os cristãos compunham 25% da população da região. Atualmente, representam menos de 0,5%.