Cristão é morto por extremistas na frente dos filhos após evangelizar no Iêmen

Anis havia recebido várias ameaças de morte por extremistas islâmicos de sua cidade.

fonte: Guiame, com informações de Portas Abertas

Atualizado: Quinta-feira, 13 Fevereiro de 2025 as 12:53

Imagem ilustrativa. (Foto: Wikimedia Commons/Rod Waddington).
Imagem ilustrativa. (Foto: Wikimedia Commons/Rod Waddington).

Um cristão foi assassinado por extremistas islâmicos na frente dos filhos após evangelizar no Iêmen.

Segundo a Missão Portas Abertas, Anis* realizava visitas em casas e encontros para compartilhar o Evangelho, junto com Zahra*, líder de um ministério de mulheres no país muçulmano.

“Costumava falar com moças e mulheres enquanto Anis servia aos homens. Foi um tempo frutífero e Deus trabalhava por meio de nós”, contou Zahra, em entrevista a Portas Abertas.

Até que Anis começou a receber ameaças por seu trabalho evangelístico. “Quando extremistas assumiram nossa cidade, Anis começou a receber diversas ameaças: ‘Seu infiel, vamos matar você’”, disse a líder.

“Os extremistas sabiam sobre nossa fé e suas tentativas para nos impedir eram inevitáveis”, acrescentou.

Ameaças de morte

Os cristãos estavam acostumados a serem ameaçados por radicais no Iêmen, que é o 3° país mais perigoso no mundo para os seguidores de Cristo, conforme a Lista Mundial da Perseguição 2025 da Portas Abertas.

Porém, na última vez em que foi ameaçado, Anis teve um sentimento ruim. “Ele e eu estávamos andando na rua com o filho dele. Naquele dia, Anis recebeu diversas mensagens de texto dizendo: ‘Queremos matar você hoje, mas vimos você andando com outras pessoas. Não queremos prejudicá-los, mas vamos atrás de você’. Dessa vez, eles estavam falando sério e planejavam matar Anis”, revelou Zahra.

Uma semana depois, os extremistas mataram o evangelista na frente dos filhos, ao meio dia.

“Eu fiquei chocada. Não podia acreditar. Fui assombrada pelas mensagens que ele havia me mostrado uma semana antes. Fiquei aterrorizada. Não acreditei quando ele me mostrou, mas agora, era diferente. E se eu fosse a próxima?”, relembrou Zahra.

Anis havia pedido para que Zahra cuidasse de sua família caso fosse assassinado. “Quero que você cuide de minha esposa, Rania*, e dos meus filhos. Ela não será capaz de lidar com isso sozinha”, pediu ele, na época.

“Ele foi morto por ser cristão. Ele me pediu para cuidar de sua família, mas naquele momento, eu não podia ajudá-los. Precisava cuidar de mim primeiro. Precisei de Deus mais do que nunca”, explicou a líder, em lágrimas.

Logo depois, Zahra visitou a família para oferecer ajuda e oração. “Rania estava devastada. Ela se tornou viúva e mãe solo de duas crianças da noite para o dia. Eu precisava contar a ela sobre Jesus. Apenas ele podia ajudá-la”, disse a líder.

Hoje, Zahra tem consciência que pode ser o próximo alvo dos muçulmanos, mas permanece firme em sua fé.

“Vivemos entre lobos. Eu escolhi esse caminho e sei as provações que resultaram disso. Jesus tomou minha dor, sofrimento e culpa. Agora é minha vez de carregar a cruz”, declarou.

Perseguição no Iêmen

O Iêmen é um país árabe que já abrigou o Reino de Sabá. O cristianismo chegou por lá no quarto século, enquanto o judaísmo e o paganismo já estavam estabelecidos. Mas, o islamismo espalhou-se rapidamente a partir do século 7.

Hoje, é praticamente impossível ser cristão e ter paz no Iêmen. Todos os iemenitas são considerados muçulmanos pelo Estado e deixar o islã é expressamente proibido.

Manter a fé em Jesus em segredo é a única forma de evitar a perseguição. Deixar o islã é considerado um crime no Iêmen e os "fora-da-lei" podem pagar com a própria vida pela desobediência e desrespeito à Constituição. 

Mas, não são apenas as autoridades que perseguem os cristãos, há também os grupos extremistas islâmicos que agem com total violência.

*Nomes alterados por motivos de segurança.

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