
Em meio ao aumento da perseguição aos cristãos na Índia, uma igreja com 75 anos de história foi incendiada por extremistas hindus.
O ataque ocorreu no dia 15 de janeiro, em Chokragoan, no distrito de Udalguri. Segundo a Portas Abertas, os membros da congregação ficaram devastados ao descobrir que a igreja foi destruída pelas chamas.
Dois dias antes, os cristãos celebraram a ordenação de dois novos líderes no local. Após 75 anos de existência, a igreja está destruída.
Devido ao incêndio, o telhado foi desabado, as janelas de madeira foram carbonizadas, assim como as cadeiras de plástico e o altar.
Um dos cristãos locais contou que um grupo teve que sair correndo no meio da noite para apagar um incêndio que consumia o estoque de feno [alimento para animais] de um vizinho.
Quando retornaram, viram a igreja em chamas. Os bombeiros chegaram logo depois e conseguiram apagar o fogo. Embora a polícia esteja ciente do ocorrido, nenhuma ação foi tomada até o momento.
A Portas Abertas informou que a mídia local e algumas testemunhas afirmam que grupos religiosos mal-intencionados poderiam ser responsáveis pelo ataque à igreja.
Esses extremistas realizaram uma reunião semanas antes do incidente para falar contra a comunidade cristã e os missionários da região.
Atualmente, os cristãos da comunidade não podem se reunir para orar na igreja e estão realizando encontros de oração rotativos nas casas dos membros.
Os líderes da igreja solicitaram às autoridades governamentais que garantam proteção e assegurem a paz e a harmonia na comunidade, uma vez que a congregação é um espaço de culto para 160 famílias e aproximadamente 500 pessoas.
‘Ore pelo país’
Atualmente, extremistas hindus estão convocando moradores para atacar três aldeias cristãs no dia 1° de março, na Índia.
De acordo com a missão Back to Jerusalem, um hindu radical chamado Aadesh Soni convocou 5.000 pessoas para realizarem ataques em três aldeias no estado Chhattisgarh: Bishrampur, Janakpur e Ganeshpur.
Em publicação nas redes sociais, Soni incitou os hindus a invadirem as casas dos cristãos, estuprarem as mulheres e cometerem atos obscenos publicamente.
“Os cristãos querem acabar com toda a nossa fé, então em 1° de março vamos brincar com a honra de suas noras e filhas, vamos fazer atos obscenos com elas em praças públicas.
Vocês têm que entrar à força na casa de todos, não poupar suas noras e corrompê-las. Se alguém for um covarde, por favor, saia deste grupo”, escreveu ele.
O extremista acusou a comunidade cristã de abater vacas – que são consideradas sagradas no hinduísmo – e alegou que tem o apoio das autoridades para promover o ataque em massa.
“Onde quer que você veja pessoas cristãs, entre em suas casas e mate todo mundo. Ninguém deve ser capaz de escapar. Esses cristãos abateram a vaca que mantemos como nossa mãe. Agora, da mesma forma, vamos massacrar suas mães e filhos”, ameaçou.
E o radical acrescentou: “Pelo menos 50.000 pessoas serão necessárias, só então nosso plano terá sucesso. Temos que tirar a vida deles”.
O sacerdote hindu, Shankrachrya Avimuteshwaranand, que inspirou Aadesh Soni, também compartilhou um vídeo nas redes sociais convocando 1.000 pessoas para matar os cristãos acusados de abaterem vacas.
Diante das ameaças, a missão Back to Jerusalem pediu oração pelos cristãos da região.
“Ore pela proteção dessas mulheres e da nossa família cristã neste estado. O que está sendo ameaçado é pior do que ser preso”, afirmou.
A missão brasileira “Até Que Todos Saibam”, que possui missionários na índia, também pediu que os cristãos brasileiros intercedam pela situação.
A Índia ficou em 11º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2025 dos lugares mais difíceis para ser cristão.