Família muçulmana interrompe culto doméstico na Indonésia

Cerca de 30 cristãos estavam no local quando os muçulmanos chegaram.

fonte: Guiame, com informações de Morning Star News

Atualizado: Terça-feira, 14 Maio de 2024 as 8:09

Interrupção do culto doméstico. (Foto: Reprodução/Morning Star News)
Interrupção do culto doméstico. (Foto: Reprodução/Morning Star News)

Na última semana, um oficial local e sua família muçulmana interromperam um culto doméstico na ilha de Java, na Indonésia.

Segundo o Morning Star News, acontecimentos como este nunca ocorreram na aldeia Betiting, da província de Java Oriental, anteriormente.

No dia 8 de maio, o chefe da associação “Ketua Rukun Warga” (RW) na área de Benowo junto com sua esposa e filho interromperam a gritos o culto na Igreja Protestante da Indonésia Ocidental “Gereja Protestan di Indonesia Bagian Barat” (GPIB).

De acordo com vídeos e reportagens que foram feitas no local, a família gritou para que os 30 cristãos reunidos parassem de adorar a Deus.

Uma das cristãs, identificada apenas como Gabriella, disse ao portal de notícias “Info Gresik” que o pai, a mãe e o filho chegaram gritando e xingando os membros da igreja enquanto exigiam a interrupção do culto.

“Eles vieram gritando para que parássemos de adorar. A situação atraiu a vinda de moradores, inclusive de um policial, que tentou acalmar a situação”, disse ela.

“A adoração não foi barulhenta e vem ocorrendo regularmente sem incidentes há 10 anos”, acrescentou.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, o narrador identifica o chefe da associação como Yayak Hari Subagio.

“No vídeo, uma família foi vista perturbando imediatamente a atividade dos membros do GPIB em Benowo”, afirmou o narrador. 

E continuou: “Uma família, Yayak Hari Subagio e sua esposa Yayik Susilowati, funcionária pública da Escola Secundária Pública Cerme 1, com seu filho começaram a gritar. A situação chamou a atenção dos moradores. Eles tentaram acalmar a situação”.

Intolerância religiosa

O chefe de polícia de Cerme, Andik Asworo, confirmou o ocorrido e informou que a polícia está investigando e tentando resolver o conflito. 

“Ainda estamos aguardando a confirmação das autoridades locais”, disse ele.

Sirojul Munir, um líder local, disse que era incomum que o oficial interrompesse o culto: “É bastante estranho porque eles não são membros da comunidade local, desencadeando assim um conflito que chocou os residentes”. 

E continuou: “É uma pena que isso tenha acontecido, muito menos que tal coisa nunca tenha acontecido na comunidade local nos últimos 10 anos. Esse e outros incidentes semelhantes devem ser resolvidos”.

“Talvez isto seja um lembrete de que o Fórum de Harmonia Inter-Religiosa (Fórum Komunikasi Umat Beragama) precisa continuar a socializar e promover os valores da moderação religiosa que encorajam a harmonia e a tolerância entre vários elementos da sociedade”, acrescentou.

A Indonésia, que tem a maior população muçulmana do mundo, com 231 milhões de pessoas, tem assistido a uma série de perturbações deste tipo em cultos cristãos nos últimos 25 anos. O mais recente foi um ataque com faca na ilha de Java, no dia 5 de Maio.

A Indonésia ficou em 42º lugar na Lista de Observação Mundial de 2024 da Portas Abertas dos 50 países onde é mais difícil ser cristão.

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